Gêneros Discursivos
Na antiguidade, antes da escrita, as notícias eram dadas pelos mensageiros. O povo tinha uma cultura oral. A escrita aparece no séc. VII AC com o pergaminho, e a carta é o primeiro gênero que surge.
Para identificar o gênero discursivo, escrito ou oral, deve-se perguntar:
Para que serve?
Que tipo?
Suporte: é onde aparece o gênero. Exemplo: papel, computador, outdoor, televisão, rádio.
Configuração: é como aparece o gênero
1 – escritos
2 – orais: rádio
3 – simples ou complexos: bilhetes, monografia
4 – híbrido: composto por vários recursos de linguagem (jornais, dossiê, portifólio).
Os gêneros integram vários tipos de semioses: signos verbais, sons, imagens e formas em movimento ou estáticas.
Conceitos
Gêneros discursivos: são realizações lingüísticas concretas orais ou escritas, surgem da nossa necessidade, são empíricos.
EX: certidão de nascimento, resenha, telefonema, notícia jornalística, crônica, novela, horóscopo, receita, ofício, e-mail, bilhete, aula, monografia, parlenda, rótulos, musica...
“Os gêneros são, em ultima análise, o reflexo de estruturas sociais recorrentes e típicas de cada cultura. Por isso, em princípio, a variação cultural deve trazer conseqüências significativas para a variação de gêneros, mas este é um aspecto que somente o estudo intercultural dos gêneros poderá decidir.” (MARCUSCHI, 2002)
Tipos textuais: são seqüências lingüísticas e não textos materializados, a rigor, são modos textuais, não são empíricos. Servem para a produção dos gêneros, estão no interior desses. Os tipos textuais são cinco:
Narração: indica uma ação, tempo, espaço, personagem
Descrição: é estática, caracteriza lugares, pessoas objetos, sem as impressões
Injunção: ordens, perguntas, incita a uma ação.
Exposição: define, conceitua.
Argumentação: defende idéias, atribui qualidade.
“... espécie de seqüência teoricamente definida pela natureza lingüística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas).” (MARCUSCHI, 2002).
“... forma de realizar linguisticamente objetivos específicos em situações sociais particulares.” (MARCUSCHI, 2002).
em estudo do texto Gêneros Textuais: definição e funcionalidade de Luiz Antônio Marcuschi, destacamos os seguintes aspectos:
- Os gêneros são eventos sociais maleáveis e surgem das necessidades e atividades sócio-culturais com grande influencia das inovações tecnológicas.
- Os grandes suportes tecnológicos da comunicação (rádio, televisão, jornal, internet, revista), por terem uma presença marcante e centralidade nas atividades comunicativas, vão propiciando e abrigando gêneros novos bastante característicos.
- Os gêneros surgem ancorados em outros gêneros. Pode ser por transmutação ou por assimilação de um por outro.
- O que determina o gênero? Pode ser a forma, a função, o suporte ou o ambiente em que os textos aparecem.
- O gênero privilegia a natureza funcional e interativa da língua, já o tipo textual se preocupa com o aspecto formal e estrutural.
- Heterogeneidade tipológica: um gênero com mais de um tipo textual.
- Intertextualidade inter-gêneros: um gênero com função de outro.
- Domínio discursivo: esfera ou instancia de produção discursiva ou de atividade humana. Não é um texto nem discurso, mas propicia o surgimento de discursos bastante específicos. Do ponto de vista dos domínios falamos em discurso jurídico, jornalístico etc., já que as atividades jurídica, jornalística não abrangem um gênero particular, mas, dão origem a vários deles.
-Texto: entidade concreta realizada materialmente e corporificada em algum gênero textual.
- Discurso: é aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instancia discursiva. O discurso se realiza nos textos.
- Deve-se atentar ao uso adequado dos gêneros, pois, por exemplo, contar piadas fora de lugar é um caso de violação das normas sociais relativas aos gêneros textuais.
- Aspectos que devem ser observados na produção e uso do gênero textual:
Natureza da informação
Nível de linguagem (formal, informal, dialetal, culta)
Situação em que o gênero se apresenta (pública, privada, solene)
Relação entre os participantes
Objetivos das atividades desenvolvidas
Gênero multimodal é a união da linguagem verbal (representa a fala, a escrita) com a não-verbal (representação de mundo). São diferentes meios de se registrar as diversas linguagens que aparecem em vídeos, livros, músicas etc. usando variadas tecnologias.
As atividades na Educação Infantil podem ser organizadas orientadas pelas diversas linguagens. Trabalhando essas linguagens, a linguagem verbal começa a aparecer nas verbalizações da não-verbal.
Linguagens não verbais: matemática, da natureza, midiática, gestual, etc.
Linguagens verbais: oral e escrita.
o desenho também é uma linguagem escrita,pois representa uma ideia.
Para Cagliari, 1999, o desenho representa o mundo de forma indireta e a escrita o representa de forma direta.
O desenho é tomado como escrita quando ele se refere à palavra, ao ato e não apenas ao objeto que existe no mundo.
Ainda segundo Cagliari, a escrita por meio do desenho (pictográfica) permite múltiplas interpretações, isso devido ao seu caráter ideográfico.
De tudo um pouco: resenhas; atividades escolares para o Ensino Fundamental I e II, Educação Infantil, Alfabetização; Jogos; Dicas; Atividades, Planos e projetos de aula, Textos teóricos; Artesanato; Redação; Enem; Vestibular; Revistas; Artigos; Moldes; Reciclagem...
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domingo, 21 de março de 2010
importância do trabalho com gêneros do discurso no processo de letramento do aluno.
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professores apaixonados
Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)
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