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segunda-feira, 19 de abril de 2010

atividade com texto - notícia

Aluno acusado de furtar caderno é detido
O estudante Wilson da Silva, 19, foi preso anteontem acusado de furtar o caderno de uma colega de classe, em Campos do Jordão (175 km de São Paulo). Ele foi solto ontem e disse ter sido espancado na delegacia. À tarde, fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal de Taubaté. A polícia abriu inquérito para apurar a denúncia. O delegado Adib Jorge Filho, 28, acha “estranha” a versão da agressão. A prisão do estudante provocou uma manifestação em frente à delegacia de Campos. O advogado do estudante, José Carlos de Carvalho Santos, 37, disse que ele foi vítima da brincadeira de outros alunos. “Alguém colocou o caderno na mochila dele.” Silva foi preso às 10h30 em frente à estação de trem da Vila Abernéssia, no centro. A estudante Amanda Pereira da Silva, 15, dona do caderno furtado, disse que o rapaz começou a correr quando Amanda gritava “pega ladrão”. Segundo a polícia, o caderno estava na mochila do rapaz. Ele disse não saber como foi parar lá. Segundo o delegado, o estudante foi colocado em uma cela, separado de outros presos. O delegado disse estranhar a história do espancamento. O rapaz teria sido agredido às 12h30 de anteontem por dois policiais, mas só contou ao pai depois das 19h30. Antes disso, ele conversou com seu advogado, mas não falou nada sobre a agressão. “Não posso confirmar nem afastar a hipótese da agressão”, disse o delegado. O advogado de Silva disse que ele deve fazer o reconhecimento de seus supostos agressores amanhã. Segundo o advogado, o estudante tem hematomas nas pernas e dores no estômago. A mãe de Amanda, Aracy Pereira da Silva,51, disse que não esperava uma repercussão tão grande. “Está virando uma revolução social.” Aracy afirmou que sua filha está sendo discriminada na escola. Segundo ela, a menina tem recebido telefonemas anônimos dizendo que “vai haver troco”. Silva cursa o primeiro ano do segundo grau na escola estadual Theodoro Corrêa Cintra, no centro. Segundo a diretora, Shirley Cintra, 53, “furtos na escola são normais”.
(Folha de São Paulo, São Paulo, 14 de maio 1992.)
1. O texto apresenta um fato principal. Qual?
2. Onde aconteceu esse fato?
3. A prisão do estudante provocou que reação?
4. Quem vai defender Wilson da Silva?
5. Por que o delegado acha “estranha” a versão da agressão?
6. Para a menina Amanda quais foram as conseqüências do caso?
7. Em sua opinião , furtos podem ser considerados “normais”?
8. Wilson diz ter sido espancado na delegacia. Em sua opinião é possível ter ocorrido a agressão?

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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)