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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O PAPEL DO PEDAGOGO EM RELAÇÃO AO BULLYING NO INTERIOR DA ESCOLA

BULLYING, A VIOLÊNCIA ESCOLAR
O PAPEL DO PEDAGOGO EM RELAÇÃO AO BULLYING NO INTERIOR DA ESCOLA
Historicamente o papel do pedagogo foi sendo construído, compreende-se que sua função nem sempre foi organizada da forma como ela se constitui hoje. A cada período da história o pedagogo foi assumindo funções que a escola foi dando a ele. Em alguns momentos esse profissional foi mais valorizado e em outros menos, de acordo com a demanda da sociedade a escola vai se ajustando e seus atores vãos se adequando as necessidades cotidianas. Na sociedade contemporânea o pedagogo é visto como o articulador da pratica pedagógica, e tido como elemento fundamental para implementar as ações educativas no vários níveis do ensino. Sua presença numa escola da um tom de qualidade àquela instituição de ensino. O pedagogo está diretamente envolvido com a dinâmica da escola, todos os acontecimentos podem estar sob sua orientação e supervisão, principalmente os de natureza pedagógica. A parte pedagógica demarca o espaço de atuação entre o pedagogo e o diretor da escola. A movimentação do pedagogo permite que ele tenha acesso a questões de ordem disciplinar podendo assim intervir nesses processos quando necessário. Esse fato o coloca diretamente ligado aos acontecimentos como as intimidações entre alunos, o que permite a esta pesquisa observar e investigar criticamente os aspectos vividos no dia-a-dia e como ele vai utilizar seus conhecimentos para propor medidas que possam amenizar esta questão. Este trabalho tenta no limite tomar como referencia uma escola para expressar a realidade e explicar a causa e o porquê destes fatos acontecerem repetidamente nos estabelecimento de ensino. A metodologia utilizada é o estudo bibliográfico em textos, bem como a observação da atuação do pedagogo numa determinada escola, a qual tomamos para estudo e investigação. Observa-se que o medo, a violência e as agressões estão aterrorizando os alunos, contraditoriamente isto acontece num espaço pensado para educar e proporcionar aos cidadãos o gozo de seu direto a educação.
Todo este cenário de questões preocupantes tem por objetivo evidenciar o que o Bullying, um nome novo para um ato antigo e muito conhecido pelos estudantes. O termo bullying surgiu na Noruega, na década de 80, e é originário da palavra inglesa bully, que quer dizer ameaçar, intimidar, amedrontar, tiranizar, oprimir, maltratar. O primeiro a relacionar a palavra ao fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade da Noruega. Ao pesquisar as tendências suicidas entre adolescentes, Olweus descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, bullying era um mal a combater. O termo tem sido conceituado como contendo todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente. Essas ações são adotadas por um ou mais estudante contra outros, o fato geralmente causa dor e angústia, e sempre são executadas dentro de uma relação desigual de poder.
A pesquisa trata muito mais do Bullying como uma forma de violência e agressão. Entretanto além desse termo existem inúmeras formas de violência como coloca Bourdieu e Passeron quando tratam de um tipo “violência simbólica”, no meados da década de 1970. Sobre essa questão podemos observar que o pensamento desses teóricos críticos em relação aos processos de reprodução propala que a escola não resolve os problemas sociais, mas os reforça à medida que reproduz internamente as relações de poder. Podemos fazer uma analogia quando Bourdieu evidencia que a escola esta para reproduzir e não intervir como deveria nas questões sociais, como exemplo disto, pode-se citar o problema da indisciplina. Nesse sentido é que se pode utilizar do pensamento desses teóricos a medida que a escola reproduz a relação de violência contida na sociedade. Vejamos como esses teóricos tratam da questão da violência simbólica [...] toda ação pedagógica é uma forma de violência simbólica, pois reproduz a cultura dominante, suas significações e convenções, impondo um modelo de socialização que favorece a reprodução da estrutura das relações de poder. (Bourdieu e Passeron, 1975, p. 20). Não se trata de concordar ao não, mas sim de evidenciar que esses teóricos se referem à imposição da cultura da classe dominante propalada pelo homem burguês. Já o pedagogo que tem sua atuação fundada numa proposta crítica de formação de homem, procura romper com este modelo ao qual Bourdieu e Passeron fazem à crítica. Os pedagogos tentam quebrar com essa influência que a escola sofre quando mesma tenta reproduzir as relações de violência oriundas da sociedade. Neste caso os pedagogos estão a serviço da transformação, mesmo que de forma incipientes os professores e comunidade escolar tentam fazer deste espaço o lócus da luta contra o que é sendo comum.
E senso comum na sociedade hoje é a naturalização das relações de poder e violência, assim a comunidade que esta envolvida diretamente com os alunos deve estar atenta às formas de violência contidas nas relações interpessoais. O bullying pode se manifestar de muitas formas: agredir, assédio, aterrorizar, bater, chutar, colocar apelidos, discriminar, dominar, encarnar, excluir, causar sofrimento, ferir, humilhar, intimidar, isolar, ofender, perseguir, roubar e outros. O bullying pode parecer uma brincadeira de amigos pela suavidade com que é conduzido pelos agressores. O que o diferencia das brincadeiras próprias do desenvolvimento é a crueldade com que são exercidas, as vítimas, em geral, são entre iguais como crianças e jovens que apresentam algumas diferenças em relação ao grupo ao qual estão inseridas. Os resultados do desequilíbrio emocional que passam a viver os tornam inseguros com relação à auto-estima. E como de costume são reprimidos e assim se tornam impedidos de pedir qualquer tipo de ajuda, interiorizando o mal que lhes é causado. O problema, em grande parte dos casos, arrasta-se pelo resto da vida, causando sérios problemas no trabalho, vida afetiva e social.
O bullying é mais prevalente entre alunos com idades entre 11 e 13 anos, sendo menos freqüente na educação infantil e ensino médio. Entre os agressores, observa-se um predomínio do sexo masculino, enquanto que, no papel de vítima, não há diferenças entre gêneros. O fato de os meninos envolverem-se em atos de bullying mais comumente não indica necessariamente que sejam mais agressivos, mas sim que têm maior possibilidade de adotar esse tipo de comportamento. Já a dificuldade em identificar-se o bullying entre as meninas pode estar relacionada ao uso de formas mais sutis.
Considerando-se que a maioria dos atos de bullying ocorre fora da visão dos adultos, que grande parte das vítimas não reage ou fala sobre a agressão sofrida, pode-se entender por que professores e pais têm pouca percepção do bullying, subestimam a sua prevalência e atuam de forma insuficiente para a redução e interrupção dessas situações. As pesquisas demonstraram que 51,8% dos autores de bullying admitiram não terem sido advertidos. A aparente aceitação dos adultos e a conseqüente sensação de impunidade favorecem a perpetuação do comportamento agressivo. Sendo seus alvos pessoas ou grupos que são prejudicados ou que sofrem as conseqüências dos comportamentos de outros e que não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si. Esses elementos são geralmente pouco sociáveis, possuem um forte sentimento de insegurança que os impede de solicitar ajuda. São pessoas sem esperança quanto às possibilidades de se adequarem ao grupo. Quando esses fastos acontecem em uma sala de aula, atrapalha o desenvolver de uma classe inteira. As manifestações de agressão provocam um ambiente desagradável e afetando o desempenho do professor e consequentemente o rendimento geral da turma.

Os papéis representados pelas crianças e adolescentes diante do bullying são:
Alvos: só sofrem bullying
Alvos/autores: ora sofrem, ora praticam bullying
Autores: só praticam bullying
Testemunhas: não sofrem nem praticam bullying, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre
O bullying é um problema que está generalizado, sendo encontrado em toda e qualquer escola, seja ela pública, privada, rural, urbana, primária ou secundária. Na sociedade outros termos vão se modificando, mas o sentido delas é o mesmo, este é o caso do CYBERBULLYING, este termo novo aponta que existe também um tipo de agressão pelos meios de comunicação mais modernos como internet. Nesses casos as pessoas fotografam outras em momentos íntimos, ocasiões desagradáveis e usam desse recurso com crueldade quando utilizam essas imagens, vídeos na rede da internet, caracterizando assim uma nova forma de bullying. Este fato tem sido observado com uma freqüência cada vez maior, segundo o canadense o Bill Belsey, trata-se do uso da tecnologia da informação e comunicação (e-mails, telefones celulares, mensagens, fotos digitais, sites pessoais difamatórios,) como recurso para a adoção de comportamentos deliberados, repetidos e hostis, de um indivíduo ou grupo, que pretende causar danos a outro.
Percebe-se que essa situação de disciplina/indisciplina persiste e vem se agravando há quase duas décadas como afirmam os estudos. A escola não esta conseguindo se sustentar como deveria, pois ela esta completamente fora de sua forma natural, ela perdeu seu rumo e seu eixo e isso é visivelmente percebido pelos professores e alunos. Esse fato vem causando desconforto principalmente nos docentes que se sentem impotentes frente aos alunos que não os respeitam e não os vêem como uma autoridade dentro de sala. Pode-se afirmar que as escolas muito embora se interessem por discutir o Bullying, não admitem a ocorrência explícita do fato entre seus alunos, parecem desconhecerem o problema, ou se negam a enfrentá-lo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O pedagogo esta em meio a um problema do qual ele precisa se apoiar nos conhecimentos da psicologia para tentar amenizar a questão, entretanto esse profissional não faz parte do quadro de professores. Tem-se em conta que este problema de violência é oriundo da sociedade e a escola deve assumir sua função de educar, mas com o apoio e envolvimento dos pais, crendo que a educação das crianças deve iniciar em casa. A sociedade deve assumir o papel que lhe cabe, cobrando das lideranças políticas públicas sociais que contemplem maior investimento nos setores que atendam os jovens adolescentes que não possuem um horizonte interessante para vislumbrar. Percebe-se que um dos fatores que contribuem com o aumento dos casos de violência em forma de Bulliyng são os maus exemplos dados pela mídia. Os estudantes estão expostos á violência no ambiente escolar, nos lares e na comunidade. Algumas medidas sociais poderiam reduzir os fatores de risco e prevenir o comportamento agressivo entre crianças e adolescentes. Ë necessário que seja respeitado e proporcionado às crianças os seus direitos humanos, de segurança nos lares, que eles sejam livres da violência dos pais, que sejam amadas e tenham proteção, enfim um cotidiano estável. As crianças precisam aprender que a violência não faz e não pode fazer parte de seu cotidiano, ela não é obrigada a conviver com esse tipo de manifestação. Cabe a escola pensar na importância da articulação dos professores e pais que algumas vezes nem percebem que seus alunos ou filhos são alvos de algum tipo de bullying. Conscientizando-os da maneira correta de intervir, com clareza, concisão e como sempre alertando de quão grave são esses tipos de agressões e de como podem ser evitadas. Fica a sugestão do estudo da Assembléia Geral das Nações Unidas em 2006, como uma referencia interessante para ser discutida com pais e professores no espaço escolar. Este relatório da Assembléia apresenta discussões pertinentes sobre a violência contra criança e adolescente.
IVANOSKI, Nicolle. KASTELIC, Eloá Soares Dutra. TONTINI, Lidiane
Fonte: www.foz.unioeste.br

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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)