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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Texto e interpretação: Adolescentes

As cartas a seguir foram publicadas no livro Sexo para adolescentes, de Marta Suplicy. Leia-as

ELE:

Querida Marta,

Eu faço bastante esporte, mas as minhas pernas não ficam fortes e grossas como as de jogadores de futebol. Às vezes penso em desistir. Para azar total [...] tenho muitos pêlos nas costas. Como você pode me ajudar?

Ricardo
P.S.: Na escola me gozam e eu não tiro mais a camisa

ELA:

Querida Marta,

Eu me sinto muito feia, nada parece dar certo para mim: eu queria ter o corpo de uma miss, mas acho que nunca vou ter. Existe alguma coisa que eu possa fazer para melhorar?

Beijão da Vera Helena
(Marta Suplicy. Sexo para adolescentes. São Paulo, FTD, 1998)

a) Que aspectos causam insegurança nesses jovens?
b) O que você diria a esses jovens que pudesse ajudá-los a pensar diferente?

6. No texto Adolescentes, o autor expressa suas opiniões e também apresenta dados que podem ser comprovados cientificamente.

a) Indique, entre os itens que seguem, os que expressam opinião e os que se baseiam em dados e estudos científicos.

“Antigamente, quando as mulheres não tinham muitas perspectivas profissionais, casavam-se muito cedo, por volta de 14 ou 15 anos, e logo tinham filhos.”

“Todos (meninos e meninas) são inseguros, têm pais que os perturbam, têm de ir à escola, arrumar o quarto (o que a maioria não gosta de fazer).”

“De uma hora para a outra os adolescentes (meninos e meninas) espicham, engordam e emagrecem,”

“Mas o que passa pela cabeça dos garotos? (Se é que passa alguma coisa...).”

b) Releia os itens identificados como opinião do autor. Você concorda com ele? Justifique sua resposta com argumentos.

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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)