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domingo, 19 de agosto de 2012

6. Nova ortografia- formação de palavras


Formação das palavras
I - Estrutura das palavras
As palavras de nossa língua são compostas por uma estrutura comum. Veja só:

Carro – Carroça                        Pedra –Pedreira                      Cantar - Cantava

O elemento grifado é chamado de radical. Ele carrega o significado básico da palavra. Dizemos que palavras com o mesmo radical são da mesma família. Ao radical podem ser acrescentados outros elementos, os afixos.

PREFIXO => Elemento que vem antes do radical.  In + feliz = infeliz      Des + aparecer = desaparecer

SUFIXO => Elemento que vem depois do radical.  Livro + inho = livrinho /   Livro + eiro = livreiro

II - Formação de Palavras
Os falantes estão sempre criando palavras novas...           Deletar   -  estartar     -  imexível
Para criar palavras, usamos dois processos: a derivação e a composição.

Derivação: Formação de novas palavras a partir de apenas um radical. Podem-se acrescentar prefixos, sufixos ou os dois elementos, simultaneamente ou não.

Felizmente      igualdade
florescer         infelizmente
desigualdade
reflorescer

Pode-se, ainda, retirar a parte final da palavra primitiva.

Debater – debate
Português – portuga
Botequim – boteco
Agitar – agito
Amassar – amasso

Ou ainda trocar a classe da palavra.
Ex.: Os bons serão contemplados. (Aqui, bons não é adjetivo, mas, sim, substantivo.)
Composição: É o processo que forma palavras a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos:
Composição por Justaposição, quando não ocorre alteração fonética.

Passatempo           quinta-feira           girassol                    couve-flor

Composição por Aglutinação, quando ocorre supressão de um ou mais dos elementos fonéticos. A nova palavra terá um só acento.

embora (em boa hora)             hidrelétrico (hidro + elétrico)                  planalto (plano alto)

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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)