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domingo, 2 de fevereiro de 2014

EJA: Projeto Nome - Marca de identidade

DURAÇÃO: Todo o ano letivo
FAIXA ETÁRIA: EJA – Educação de Jovens e adultos
TEMA: MEU NOME
OBJETIVOS GERAIS
  • Resgate da identidade dos educandos, para conhecê-los e possibilitar inter-relação dos colegas;
  • Do contexto oral, retirar temas e palavras geradoras para escrita-leitura.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
  • Apoiar o desenvolvimento e a capacidade do alfabetizando de ler e escrever compreensivamente o mundo, a partir da construção de seu conhecimento começando pelo seu nome;
  • Propor uma educação democrática onde todos participarão do processo educativo, ampliando e implementando uma ação baseada no diálogo e na reflexão crítica sobre a realidade , identificando seu nome e dos colegas do grupo a que pertence.
  • Ampliar o conhecimento dos Jovens e adultos sobre a escrita, leitura e cálculo, a partir da realidade que vivem;
  • Resgate da história de vida, abrangendo o conhecimento dos dados culturais dos alfabetizandos.
O Projeto e a proposta pedagógica
Entender diferentes concepções de educação não significa apenas conhecer o que diferentes filósofos e pensadores escrevem a respeito. Significa também a possibilidade de melhor compreender nossa prática educativa e, consequentemente, de poder transformá-la.
Se acreditamos que a educação tem um papel importante no processo de humanização das relações entre os homens e no processo de transformação da realidade social, é preciso apontar suas responsabilidades: a educação pode servir de instrumento tanto de libertação quanto de domesticação do homem.
A educação, como qualquer outra produção histórico-social reflete representações e valores de um determinado grupo, isto é, reflete ideologia. Qualquer representação de uma pessoa elabora sobre si mesma, sobre os homens, sobre a sociedade, sobre tudo que exprime valores como certo/errado, bom/mau, verdadeiro/falso, revela a sua inserção como indivíduo em um grupo que possui uma determinada ideologia.
É necessário detectar as contradições entre essas representações do grupo e a história de vida e de produção de cada um para que o indivíduo se torne consciente de si e de seu papel social. Precisamos conhecer a ideologia inerente a cada concepção de educação para que possamos optar por aquela que seja coerente com nossa visão de homem e de mundo e com nosso papel social.
Na concepção dialética percebe-se o mundo como uma realidade em contínua transformação. Em tudo que existe há contradição interna e é a partir dela que se dá o movimento que transforma os termos contrários em um terceiro, que supera o estar/sendo anterior.
A educação dialógica pressupõe um homem histórico, compromissado com as tarefas de seu tempo e com as transformações sociais, parindo da problematização da prática, onde se detecta as necessidades pela teorização dessa prática, onde se busca refletir e conhecer melhor o tema problematizado para depois retornar a prática, a fim de transformá-la.
Portanto, na educação dialética o educador é o mediador do diálogo do aluno com o conhecimento, nega o autoritarismo e o espontaneísmo, busca regatar o lúdico, o prazer do estudo, sem, contudo, reduzir a aprendizagem ao que é apenas prazeroso em si mesmo.
JUSTIFICATIVA
O NOME dos alunos pode ser um centro de interesse ricamente explorado pelo alfabetizador. Além do aspecto cognitivo, relacionado à compreensão do sistema da escrita alfabética, o nome próprio possui um aspecto afetivo-social para o alfabetizando. O nome próprio não é apenas mais uma palavra no vocabulário, é antes de tudo, um reforçador da individualização e da identidade do aluno como pessoa, algo bastante significativo para ele.
METODOLOGIA
Orientou-se pela proposta de Paulo Freire que se fundamenta em uma educação dialógica, critica e transformadora ou seja: ” a leitura do mundo precede a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele (…) De alguma maneira, porém, podemos ir mais longe dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida da leitura do mundo mas por uma certa forma de “escrevê-lo” ou de “rescrevê-lo”, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente.”
Assim buscamos orientar o processo educativo de produção o conhecimento considerando:
Alfabetização básica: entendida como a construção do saber corresponde á primeira e segunda séries do ensino fundamental.
Alfabetização avançada…correspondente ás 3ª e 4ª série do ensino fundamental.
Tendo ambos os níveis conteúdos relativos ao conhecimentos do mundo do trabalho e ao exercício da cidadania crítica.
A metodologia é concebida com base nos princípios de uma educação libertadora e na prática da leitura de mundo, considerando-se a realidade do educando.
A prática pedagógica, assim pressupõe uma construção coletiva, a participação do educando e do educador como sujeitos do processo, uma relação dialógica, dinâmica, contínua e principalmente crítica, que tenta resgatar a cultura e a cidadania desses sujeitos.
DESENVOLVIMENTO
Pela diversidade regional e cultural de uma turma, há necessidade de uma conversa informal para conhecer melhor os alunos e posteriormente fazer um trabalho voltado para essa diversificação, é o primeiro passo para um processo de alfabetização.
Durante todo esse processo, resgatando o lugar do educando como um sujeito pensante, que se apodere do processo construtivo e discursivo da alfabetização, que avance também nos modos de conhecer, colocando-se por inteiro na situação de aprendizagem, tentando escrever o ainda não ensinado, partindo de suas hipóteses, recriando um texto lido e produzindo sua leitura.
A partir daí, planejamos novas situações, que provoquem o crescimento, o avanço na concepção sobre a língua escrita, a ampliação das experiências de cada aluno e de sua visão de realidade iniciando com seu nome.
Para dar inicio a algumas atividade, lançamos mão da carteira de identidade do aluno, nela contém todos os dados que iremos precisar para desenvolver todo um trabalho que o identifique como único, aproveitando nome da mãe, pai, data de nascimento, naturalidade…..Podemos contar também com a certidão de nascimento ou casamento, carteira de trabalho, título de eleitor, CPF, carteira de reservista.
Além do nome e do sobrenome, os documentos também são importantes para identificar as pessoas.
Nome é a marca de identificação. Que outras marcas identificam as pessoas? A partir daí  começamos a problematizar através de uma conversa com a turma , sempre questionando as respostas e anotando as principais idéias que aparecem na conversa.
Atividades COM NOMES E HISTória dos educandos
  1. crachás;
  2. bingo ( do primeiro nome, de 5 nomes, de sílabas do primeiro nome);
  3. letra-viva – Recompor o nome de um colega ficando cada aluno com uma letra do nome;
  4. dominó – de nome e sílabas, letra imprensa e/ou cursiva;
  5. classificações – letra inicial igual, primeira sílaba igual, nomes de igual número de sílabas e igual número de letras;
  6. cartela foto/nome do aluno ou desenho/caricatura e nome;
  7. tesouro de nomes significativos para o aluno, escritos em fichas e guardados numa caixa para leitura;
  8. criação, recriação e outras atividades com os nomes dos educandos.
  9. cartaz símbolos/som- Apresentação, justificativa, escrita de textos coletivos, variações nas chamadas, leitura, análise de palavras e suas letras e sílabas, ampliação de temas surgidos;
  10. objetos de estimação – apresentação, justificativa, exposição, texto coletivo, escrita dos nomes dos objetos, cartela dos nome/objetos.
  11. recorte e colagem de fatos marcantes de sua vida ( confeccionar um pequeno cartaz, apresentar, produzir escritas a partir desse contexto oral);
  12. relato pelo alfabetizando: “ Porque tenho esse nome?” , “ O que significado do me nome é…….”,;
  13. relato pelo alfabetizando: “Porque vim para cidade?”, “Como era minha vida na minha terra natal?”, desenhar ou escrever;
  14. a partir dos conteúdos surgidos nas várias atividades anteriores, produzir textos coletivos.
AVALIAÇÃO
Acontecerá no decorrer do projeto de acordo com a participação dos alunos.
INTERDISCIPLINARIDADE
  • LÍNGUA PORTUGUESA
Vocabulário, linguagem oral e escrita.
  • MATEMÁTICA
Formato, cores, quantidade e textura.
  • GEOGRAFIA
Regiões Brasileiras.
  • ARTES
Desenhos, pintura, modelagem e dramatização;
  • CIDADANIA
Socialização;
  • PLURALIDADE CULTURAL
Diferentes tipos de cultura.
  • ÉTICA
  • MEIO AMBIENTE
RECURSOS
  • revistas, jornais;
  • Diferentes tipos de papel;
  • Cola branca e colorida;
  • Lápis de cor, giz de cera;
  • Tesoura;
  • Massa de modelar;
  • Tinta guache;
  • CD’S
PESSOAL ENVOLVIDO
●Alunos da EJA;
●Professora e demais funcionários da Unidade;
●Pais e familiares dos alunos.
Soraya M. Marques

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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)