Sua apresentação no primeiro dia de aula
As aulas estão começando e você já deve estar pensando em como se apresentar a seus alunos no primeiro dia de aula. Dizem que a primeira impressão é a que fica, eu tenho minhas dúvidas mas pelo sim, pelo não é melhor causar uma boa impressão do que ter que administrar uma antipatia gratuita e generalizada logo na primeira aula.
A aparência
Tudo bem que cada um tem seu estilo, mas professor não tem time, não tem música favorita e nem religião. Pelo menos não deve agitar suas preferências na cara dos alunos logo de cara para evitar mal-entendidos. Você tem todo o direito de torcer pelo time que quiser mas aparecer com a camiseta do Palmeiras no primeiro dia de aula pode agradar os seus alunos palmeirenses mas provocar insegurança nos alunos que torcem para outros times, por exemplo, eles poderão pensar que serão discriminados se não torcem para o mesmo time ou sentirem-se impelidos a fingir que também são palmeirenses ou que gostam de futebol. A idéia no primeiro dia é tentar unir o grupo e fazer com que se entrosem e aceitem sua autoridade com naturalidade e não gerar uma polêmica logo de cara.
As tatuagens são proibidas pela maioria dos estabelecimentos de ensino e de fato não ficaria nada bem você aparecer com uma suástica tatuada no braço, por exemplo. Ou uma mulher pelada. De qualquer forma piercings e tatoos só devem ser usados onde você possa esconder com a roupa. Ficando visíveis você corre o risco de seus alunos chegarem em casa dizendo que querem fazer uma tatuagem ‘igual à do meu professor’. Depois disso com certeza você será chamado à sala do diretor ou coordenador da escola. Não se esqueça de que o professor é um formador de opinião.
Roupas discretas, nada muito exagerado, o mais neutro possível, sem tendências para nenhum estilo em particular são o que de melhor você pode escolher. Se você faz mesmo questão de mostrar quem você é na vida pessoal isso é um problema seu, mas deixe então para fazê-lo aos poucos, para quando seus alunos já tiverem uma opinião formada a seu respeito e você já tiver conquistado a confiança deles.
Sua roupa deve ser sobretudo confortável, não se esqueça que salto agulha altíssimo vai atrapalhar sua mobilidade, e é aconselhável que você circule entre os alunos, não fique parado como uma estátua na frente da classe ou sentado de cabeça abaixada como um sultão.
Sua apresentação
Fale um pouco sobre você, a quanto tempo dá aulas da sua matéria, que classes já ensinou, que diplomas tem. Não se estenda muito mas é importante para mostrar a eles que podem confiar em você porque sabe do que está falando. No caso de ser sua primeira aula na vida não chame muito a atenção para este ponto, diga onde se diplomou e onde fez estágio.
Você pode encorajar os alunos a fazerem algumas perguntas sobre o que querem saber a seu respeito ou a falarem um pouco sobre eles também. Você também pode optar por passar um pequeno formulário para que preencham com algumas informações sobre eles ou ainda aplicar uma dinâmica.
Uma dinâmica
É interessante apresentar uma dinâmica na qual os alunos participem e se conheçam melhor. É também um bom recurso para aprender sobre seus alunos, esse conhecimento vai ajudar quando lidar com eles ou quando for preparar suas aulas.
Prepare bem sua aula
É importante preparar bem sua primeira aula, leve mapas, fotos, gravuras, não fique só no blá-blá-blá. Se eles gostarem da primeira aula vão ficar ansiosos pela próxima, mas se a acharem chata podem não prestar mais atenção e você não terá uma segunda chance para mostrar que sua aula pode ser interessante.
Estabeleça um vínculo
Tente chamar os alunos pelo nome, peça a eles que façam algumas coisas como apagar a lousa ou fechar a porta, encorage-os a fazerem perguntas quando tiverem dúvidas, pare a explicação de tempos em tempos para perguntar se tudo está entendido até ali.
Se achar conveniente passe uma folha em classe para que anotem seus dados, ou faça um formulário para que ‘entrevistem’ o aluno do lado.
Faça perguntas durante sua explicação para checar se entenderam, peça a um aluno que entendeu para explicar a outro colega. Acostume-os a participar da aula e a prestar atenção.
Corrigindo posturas erradas
Se tiver que chamar a atenção de um aluno no primeiro dia faça-o de forma branda e simpática. Se estiver conversando, pergunte com naturalidade: ‘você não entendeu?’ Não use sarcasmo, ironia, gritos ou castigos no primeiro dia. Tente levar em banho-maria até entender como são seus alunos e a melhor forma de lidar com eles.
Lição de casa
Pode ser dada uma lição de casa já no primeiro dia, mas nada muito complexo ou difícil, o melhor é alguma coisa onde tenham opções de criar e baseado em matéria que aprenderam no ano anterior. Você pode pedir a eles que sugiram sobre o que querem escrever, mas por escrito, se cada um for dizer o que quer vira bagunça.
É claro que erros acontecem, e o melhor é prevenir, mas se não for possível, paciência. Você tem ainda um ano inteiro para reverter a situação, mas o melhor é sempre começar com o pé direito.
por: Zailda Coirano
De tudo um pouco: resenhas; atividades escolares para o Ensino Fundamental I e II, Educação Infantil, Alfabetização; Jogos; Dicas; Atividades, Planos e projetos de aula, Textos teóricos; Artesanato; Redação; Enem; Vestibular; Revistas; Artigos; Moldes; Reciclagem...
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sábado, 27 de fevereiro de 2010
Dicas para professores inexperientes
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professores apaixonados
Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)
Olá estava fazendo uma pesquisa para um trabalho da faculdade e vi seu blog é muito interessante sou estagiária do programa ler e escrever, e achei muito bom !
ResponderExcluirParabéns
Mérci@
http://pedagogaeamor.blogspot.com/