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domingo, 14 de março de 2010

Oficinas para professores

Para o pessoal de Porto Alegre e região metropolitana:

Oficinas gratuitas para professores e estudantes, todas as últimas sextas-feiras do mês! são ótimas
Pode se inscrever no dia.
Para quem vai de ônibus, tem que pegar o Orfanatrófio, na Salgado Filho.
A 1ª palestra vai ser com a maravilhosa Regina Zilberman. A 2ºé com o jornalista e escritor Marcelo Spalding (com quem estudei na Ritter)
(Quem for e tiver lido no Blog, me procura lá, ou deixa comentário no mural. bjo!)

Professores do Ensino Fundamental e Médio, acadêmicos de graduação das licenciaturas, alunos bolsistas de iniciação científica (BIC) e de pós-graduação já podem se programar para a volta do projeto Sexta-feira do Professor, coordenado pela professora Regina da Costa da Silveira e pelo Núcleo de Educação Permanente e Comunitária (NEPeC) do UniRitter. A Sexta-feira do Professor oferece oficinas para troca de experiências de leitura e participação em oficinas interdisciplinares, ministradas por professores dos cursos de Letras e de Pedagogia do UniRitter.

As aulas ocorrem de março a novembro (exceto em julho), sempre na última sexta-feira do mês, das 14h às 17h, no Auditório 1 no campus Porto Alegre da Instituição (Rua Orfanotrófio, 555 - Alto Teresópolis). As inscrições podem ser feitas no campus Porto Alegre ou pelo e-mail nepec@uniritter.edu.br . No final do semestre, os participantes receberão certificados de acordo com sua frequência e a cada encontro poderão solicitar atestado de presença.

Cronograma das Oficinas 2010:

26/03 - Abertura: Leitura na escola, com Regina Zilberman

30/04 - A literatura na era digital, com Marcelo Spalding

28/05 - A leitura nos Parâmetros Curriculares Nacionais, com Ana Paula da Cunha Sahagoff

25/06 – Leituras de textos contemporâneos no Ensino Médio, com Helena Friedrich

27/08 - Letramento de jovens e adultos, com Síntia Lúcia Ebert

24/09 - Anúncios publicitários: uma (re)leitura crítica, com Cláudia Mallmann

29/10 – Presença dos mitos na literatura, com Elisa Aldrighi e Eduardo Pereira

26/11 - O autor e os leitores na sala de aula, com Luís Horácio



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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)