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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Jardim de Infância


"TUDO O QUE EU DEVERIA SABER APRENDI NO JARDIM DE INFÂNCIA"

Tudo o que eu preciso saber sobre como viver, o que fazer e como ser aprendi no Jardim de infância. A sabedoria não estava no topo da montanha mais alta, no último ano de curso superior, mas na caixa de areia no pátio da escolinha. Vejam o que aprendi:
• Dividir tudo com os companheiros
• Jogar conforme as regras do jogo
• Não bater em ninguém
• Guardar os brinquedos onde os encontrava
• Arrumar a bagunça que fazia
• Não tocar no que não era meu
• Pedir desculpa se machucava alguém
• Lavar as mãos antes de comer
• Apertar a descarga da privada
• Que biscoito quente e leite frio fazem bem a saúde
• Fazer tudo aos poucos: estudar, pensar e desenhar, pintar e dançar, brincar e trabalhar, de tudo um pouco todos os dias
• Tirar uma soneca todas as tardes
• Ao sair pelo mundo ter cuidado com o trânsito. Ficar sempre de mãos dadas com o companheiro e de olho na professora
Pense na sementinha de feijão plantada no copo plástico: as raízes vão para baixo e para dentro, a planta cresce para cima, ninguém sabe como ou por que, mas a verdade é que nós também somos assim.
Peixes dourados, porquinhos-da-índia, esquilos e até sementes no copinho, tudo isso morre. Nós também...
E lembre-se ainda dos livros de histórias infantis e da primeira palavra que você aprendeu, a mais importante de todas: Olhe!
Tudo o que você precisa mesmo saber está por aí em algum lugar. A regra de ouro, o amor e os primeiros princípios de higiene, ecologia e política, igualdade e vida saudável.
Pense em quanto o mundo seria melhor se todos nós fizéssemos um lanche de biscoitos com leite as três da tarde e depois deitássemos, sem a menor preocupação, cada um no seu colchãozinho, para uma soneca. Ou se todos os governos adotassem como política básica, a idéia de recolocar as coisa nos lugares onde estavam quando foram retiradas, arrumar a bagunça que tivessem feito.
E é verdade, não importa quantos anos você tenha: ao sair pelo mundo, vá de mãos dadas, e fique sempre de "olho" no companheiro. (P. Fulghum)

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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)