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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Textos diversos e interpretação

Atividades:
1. Os nomes próprios e as profissões apresentadas abaixo divertem as pessoas porque estão ligados pela sonoridade. Leia-os prestando atenção à pronúncia. Depois, descubra a palavra ou frase de cada item e escreva-as.
a) P. Lúcia, fabricante de bichinhos.
b) Décio Machado, guarda florestal.
c) H. Lopes, professor de hipismo.

2. Leia o poema abaixo:

Sonhos da menina

A flor com que a menina sonha
está no sonho?
ou na fronha?

Sonho
risonho:

O vento sozinho
no seu carrinho.

De que tamanho
seria o rebanho?

A vizinha
apanha
a sombrinha
de teia de aranha . . .

Na lua há um ninho
de passarinho.

A lua com que a menina sonha
é o linho do sonho
ou a lua da fronha?
MEIRELES, Cecília Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1987.

2. Analise o poema:
a) Quantas estrofes possui?
b) De quantos versos é formada cada estrofe?

3. Muitas vezes nossos sonhos são muito confusos e até absurdos. Você já deve ter observado que no início do sono, quando estamos ainda meio acordados, as imagens da realidade se misturam com imagens de sonho. Copie, do poema de Cecília Meireles, uma pergunta que indica essa confusão entre sonho e realidade. Explique a pergunta.

4. Observe:

"CANETAS S.T. DUPONT. AGORA VOCÊ VAI ESCREVER CERTO POR LINHAS TORTAS, RETAS, QUEBRADAS OU SINUOSAS."

Em linhas tortas, retas, quebradas ou sinuosas, foram empregados vários adjetivos.
a) Quais são esses adjetivos?
b) Que substantivo tais adjetivos caracterizam?
c) Como ficaria a concordância nesse trecho se, em vez de linhas, tivéssemos a palavra desenhos?

5. Alguns substantivos apresentam sentidos diferentes, dependendo da situação em que são empregados. Dê o sentido do substantivo nota em cada uma das situações expressas nas frases a seguir:
a) Ganhei uma nota vendendo flores no Dia das Mães.
b) Tirou uma nota baixa porque faltou muito às aulas.
c) Desafinei nesta passagem da música porque não li a nota direito.
d) Não tenho nenhuma moeda na carteira, somente notas.
e) Fiz uma nota no pé da página, chamando a atenção para este detalhe.

6. Leia as trovas abaixo:

-I-
Um surdo disse que ouviu
Um pobre mudo dizer
Que um cego tinha visto
Um aleijado correr

-II-
Subi na serra do fogo
Com sapato de algodão
O sapato pegou fogo
E eu voltei de pé no chão.
(Ricardo Azevedo. Armazém do folclore. São Paulo: Ática, 2000. p. 35)

a) Reconheça e classifique os artigos empregados na primeira trova. Por meio desta classificação, você acredita que esteja particularizando as pessoas ou falando de modo geral?
b) No 3º verso da segunda trova, por que foi empregado o artigo definido o antes do substantivo sapato?

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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)