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domingo, 2 de fevereiro de 2014

Proposta Curricular EJA II – Ensino Fundamental

Ciclos III e IV (5ª A 8ª) SÉRIE
Área – LÍNGUA PORTUGUESA
Vive-se, hoje, uma nova realidade social, consequência da industrialização, do urbanismo crescente, da utilização da escrita, da expressão, dos meios de comunicação e da eletrônica. Isso faz com que o homem procure adquirir um vasto conhecimento em todas suas faculdades e expressões, na promoção do pensar e do agir, na perspectiva de concretizá-los na realidade em que vive.
O ensino da língua portuguesa nas propostas curriculares atuais visa criar situações nas quais o aluno possa aprendê-la, não somente por palavras, mas saber combiná-la em expressões complexas e aprender pragmaticamente, concretizando-a em seu mundo. Por isso interagir pela linguagem significa realizar uma atividade discursiva na interlocução não aleatória – mesmo inconsciente – mas decorrente das condições em que o discurso é realizado.
Sabe-se que o aluno já dispõe de competência discursiva e lingüística para comunicar-se em interações próprias das relações sociais de seu dia-a dia, inclusive as que estabelecem em sua vida escolar. Isso significa permitir-lhe a escolha da forma da fala a utilizar, considerando as características e condições do contexto de produção, isto é, saber adequar os recursos expressivos, a variedade da língua e o estilo a diferentes situações comunicativas: saber coordenar satisfatoriamente o que fala e escreve e como fazê-lo, dado o contexto e os interlocutores a quem o texto se dirige.
Sendo assim, faz-se necessária a reflexão sobre a linguagem verbal e a não-verbal entre todos (educadores, alunos e comunidade) como critério básico para a realização da cidadania, pois ela com todos seus sistemas é cultura e comunicação.
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
No processo ensino e aprendizagem dos diferentes Ciclos do Ensino Fundamental, espera-se que o aluno amplie o domínio ativo do discurso nas diferentes situações comunicativas, sobretudo nas instâncias públicas de uso da linguagem, de modo a possibilitar sua inserção efetiva no mundo da escrita, ampliando suas possibilidades de participação social no exercício da cidadania. Para isso, a escola deverá organizar um conjunto de atividade que progressivamente possibilite ao aluno as seguintes competências e habilidades:
· utilizar a linguagem na escuta e produção de textos orais, na leitura e produção de textos escritos de modo a atender as múltiplas demandas sociais, respondendo aos diferentes propósitos comunicativos e expressivos, e considerando as diferentes condições de produção do discurso;
· reconhecer a importância das diferentes linguagens: verbal, não verbal, musical, gráfica, plástica, como meio de produzir, expressar, comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação;
· utilizar a linguagem para estruturar as experiências e explicar a realidade, operando sobre as representações construídas em várias do conhecimento;
· saber como proceder para ter acesso, compreender e fazer uso de informações contidas no texto, reconstruindo o modo pelo qual se organizam em sistemas coerentes;
· ser capaz de operar sobre o conteúdo representacial dos textos, identificando aspectos relevantes, organizando notas, elaborando roteiros, resumos, índices, esquemas e outros;
· aumentar e aprofundar seus esquemas cognitivos pela ampliação do léxico e de suas respectivas redes semânticas;
· analisar criticamente os diferentes discursos, inclusive o próprio, desenvolvendo a capacidade de avaliação dos textos;
· conhecer e valorizar as diferentes variedades do português, procurando combater o preconceito lingüístico;
· reconhecer a valorizar a linguagem de seu grupo social como instrumento adequado e eficiente na comunicação cotidiana, na elaboração artística e mesmo nas interações com pessoas de outros grupos sociais que se expressem por meio de outras variedades;
· usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de análise lingüística para expandir sua capacidade de monitoração das possibilidades de uso da linguagem, ampliando a capacidade de análise crítica.
CONTEÚDOS:
· Linguagem Oral:
* Literários:
- Cordel;
- Causos e similares;
- Texto dramático;
- Canção.
* Imprensa:
- Entrevista;
- Debates;
- Depoimentos.
* Divulgação científica:
- Exposição;
- Palestras;
- Debates.
* Publicidade:
- Propaganda;
- Denotação;
- Conotação.
· Linguagem Escrita:
* Literária:
- Conto;
- Novela;
- Romance;
- Crônica;
- Poema;
- Texto Dramático.
* Imprensa:
- Notícia;
- Editorial;
- Artigo;
- Reportagem;
- Carta de leitor;
- Charge;
- Tira.
* Divulgação Científica:
- Verbete;
- Enciclopédico;
- Nota / Artigo;
- Relatório de Experiências;
- Didático (textos, enunciados de questões)
- Artigo.
* Publicidade:
- Propaganda;
* Denotação
* Conotação.
Prática de produção de textos orais e escritos
1. Linguagem Oral
· Literários:
- Canção.
- Texto dramático;
· Imprensa:
- Notícia;
- Entrevista;
- Debate;
- Depoimento.
Divulgação científica:
- Exposição;
- Seminário;
- Debate.
2. Linguagem Escrita
· Literária:
- Crônica;
- Conto;
- Poema.
· Imprensa:
- Notícia;
- Artigo;
- Carta de leitor;
- Entrevista.
· Divulgação Científica:
- Relatório de Experiências;
- Esquema e resumo de artigo ou verbetes de enciclopédia.
Prática de Análise Lingüística:
· Domínio da norma padrão;
· Advérbios;
· Tempo Verbal: Presente do Indicativo, Pretérito perfeito, futuro do presente e
imperativo;
· Concordância verbal;
· Concordância Nominal;
· Verbos: ser, ter, estar, ficar, pôr e dar;
· Pontuação;
· Acentuação;
· Sinônimos / Antônimos;
· Ortografia;
· Regência Verbal: Assistir, namorar, preferir, obedecer, ir, chegar, simpatizar, etc.;
· Conjugações.
METODOLOGIA
A língua portuguesa, em diversas propostas curriculares, tende a criar situações nas quais o aluno possa vivenciar e incorporar um processo educativo que venha contribuir para o seu crescimento intelectual e social, fazendo-o capaz de assumir uma atitude de consciência da realidade experimentada, possibilitando-lhe a apropriação de uma efetiva construção do conhecimento que lhe servirá de instrumento para a vida. Isso ocorre quando escola e professor consideram esse aluno como sujeito ativo da aprendizagem e do conhecimento.
O ensino e a assimilação da língua portuguesa devem ser centrados nas relações aluno-professor em que o conhecimento e internalizado deixa de ser informativo e passa ser formativo.
O encaminhamento da língua portuguesa terá como unidade básica de ensino o texto, em sua grande diversidade de gêneros, levando em conta que o mesmo coloca o aluno sempre frente a tarefas globais e complexas para garantir a apropriação efetiva dos múltiplos aspectos envolvidos. Será necessário que o professor reintroduza-o nas práticas de escuta, leitura e produção, permitindo que o trabalho com a literatura permita a passagem gradual da leitura não comum para uma leitura mais extensiva. Além da escuta, leitura e produção de texto, é necessária a realização de atividades que envolvam manifestações de trabalhos sobre a língua e suas propriedades, como trabalho de observação, descrição, por meio do qual se constrói explicações para os fenômenos lingüísticos característicos das práticas discursivas.
Serão empregadas estratégias de compreensão dos diversos tipos de textos, que se distinguem do falar cotidiano, articulando elementos lingüísticos a outros de natureza não verbal e, quando necessário registro e documentação escrita. Serão explicitados a forma e o conteúdo do texto em função das características do gênero e do autor, fazendo uma seleção de procedimentos de leitura em função dos diferentes objetivos. Serão estabelecidas relações necessárias entre o texto e outros textos e recursos de natureza suplementar para a compreensão e interpretação do texto.
Estabelecer-se-á a progressão temática em função das marcas de segmentação textual, tais como: mudanças de capítulo ou de parágrafo, títulos e subtítulos, para texto em prosa, colocação em estrofes e versos, para textos em versos. Far-se-á levantamento e análise de indicadores lingüísticos e extralingüísticos presentes no texto para identificar as várias vozes do discurso e o ponto de vista que determina o tratamento dado ao conteúdo, com a finalidade de confrontá-lo com outros textos, com outras opiniões e para que se possa posicionar criticamente diante dele.
Sabendo-se que esse conhecimento se constitui a partir do saber existente no aluno, somado ao que o professor detém, ocorrerá a real construção do conhecimento, através do diálogo, da interação, viabilizando, assim, a verdadeira troca de experiências e, conseqüentemente, a aprendizagem. Dessa forma, aluno e professor vivenciarão as práticas da linguagem que devem envolver o seu todo – leitura, produção de texto, análise lingüística – não fragmentando a transmissão e conhecimento da língua, mas contextualizando-a no seu universo. O aluno fará a construção de seu próprio saber, a aquisição da língua escrita, que ocorrerá num contexto de interação e interlocução para o mesmo possa perceber a capacidade que tem de ler e de escrever e vivenciar o todo que internalizou na sociedade em que está inserido.
SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO CULTURA E DESPORTOS
DEPARTAMENTO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
COORDENAÇÃO: MÁRCIA CRISTINA P. CRUZ


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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)