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sábado, 11 de julho de 2009

Produção de texto

Produzir é realizar, criar, fabricar. O texto pode ser um desenho, uma palavra , uma frase ou um conjunto de todas estas normas de registro e expressão que, dentro de um contexto, transmitem um significado ou uma idéia.
Produzir textos é inerente à criança. Antes mesmo de conhecer letras, ela conta um fato , descreve um passeio, dita regras de uma brincadeira, entre outras coisas. Em sua rotina, ela produz texto oral. Na escola, a criança precisa obedecer a regras de espaço, seqüência e lógica , aliadas às regras ortográficas e gramaticais não definidas por ela. Algumas vezes, o aluno não escreve porque não sabe o que, ou sobre o que quer escrever, ou porque não está motivado, independentemente de saber escrever ou não. Outras vezes, ele escreve apenas para satisfazer uma exigência do professor. Assim , a criança se nega a produzir, ou não se esforça muito para isso. Começa aí o bloqueio: escreve pouco, ou não escreve.
A criança passa por fases de produção, todas igualmente importantes para ela.
O professor deve requerer as produções dos alunos de maneira gradativa, no que se refere à dificuldade de execução.
Para a criança chegar a elaborar um texto individualmente, com forma e conteúdos próprios, precisa, antes, trabalhar textos coletivamente, ou em pequenos grupos, sob a orientação do professor, com base em modelos de escrita corretos e variados quanto à forma ( poesia, contos, música, trava-língua etc).
A produção de texto não deve ser trabalhada isoladamente, mas de forma interdisciplinar.As produções deverão ser arquivadas em um caderno específico, de maneira que o progresso do aluno possa ser percebido e avaliado com maior segurança pelo professor e pelo próprio aluno.

Sugestões (vale adaptar para qualquer série)
- Escrever seu nome e desenhar o seu retrato.

- Desenhar o pai ou a mãe e escrever “meu pai” ou “minha mãe” de acordo com o desenho.

- Desenhar sua família e escrever os nomes.

- Desenhar sua casa, sua família e escrever os nomes

- Desenhar seus amigos e escrever seus nomes.

- Desenhar seus brinquedos e escrever os nomes.

- Escrever a respeito do brinquedo ou da brincadeira de que mais gosta.

- Escrever sobre seu animal preferido e depois fazer o desenho.

- Fazer o desenho de um animal de que tem medo e escrever sobre ele.

- Desenhar sua classe e seus colegas e escrever sobre eles.

- Fazer um desenho com base numa história contada e copiar o título.

- Depois de ouvir uma história, fazer o desenho e escrever o que quiser sobre ela.

- Escrever o que quiser sobre uma data comemorativa.

- Observando um desenho, escrever uma história sobre ele.

- Montar personagens com material de sucata e , em grupo, produzir uma história oral. Desenhar os personagens utilizando sucata e transcrever a história.

- Fazer uma história tomando por base um Banco de Palavras. A classe decide sobre o que vai escrever, e sugere as palavras que entrarão na história. O professor escreve-as num papel manilha ou na lousa para que as crianças possam recorrer a elas durante a produção.

- Recortar letras de jornais e revistas; montar seu nome e escrever uma frase ou um texto.

- Recortar letras e formar uma palavra. Em seguida, fazer um desenho e escrever uma frase ou um texto que se refira à palavra formada.

- Desenhar um meio de transporte e escrever sobre ele.

- Escrever sobre um profissional que esteve na escola ( jardineiro, vidraceiro, entregador de merenda, guarda etc).
As crianças fazem perguntas diretamente à pessoa e depois escrevem um texto.

- Escrever sobre um fato da atualidade ( ecológico, social, político, policial etc).
O professor pode aproveitar uma notícia de jornal ou uma pergunta de um aluno para propor o tema.

- Ouvir uma história contada pelo professor e escrever sobre ela.

- Depois de assistir a um filme em vídeo, escrever a história.

- Escrever sobre “O que gostaria de ser quando crescer”e desenhar.

- Escrever sobre um recorte de revista. O professor seleciona alguns recortes e cola em folhas; a criança escolhe aquele sobre o qual escreverá.

- Escolher uma figura, recortar e colar em uma folha. Em seguida, escrever sobre ela.

- Escolher uma letra, recortar e colar em uma folha. Em seguida, escrever sobre ela.

- Fazer uma montagem e escrever sobre ela.- Escrever sobre uma cor. O professor recorta pedaços de papel colorido de revistas e cola em folhas de linguagem. O aluno escolhe a cor sobre a qual quer escrever.

- Escrever sobre uma figura: o professor recorta uma parte de uma figura de objeto, animal, alimento ou brinquedo e cola em uma folha. O aluno deve identificar a figura ( distinção parte/todo) e escrever sobre a parte ou sobre o todo

- Escrever sobre palavras recortadas e coladas em folhas: a criança escreve o que quiser a respeito da palavra.- Escrever sobre um assunto de Ciências e Saúde e montar um livro. O professor promove e coordena uma discussão sobre o tema. Em seguida, as crianças fazem um texto coletivo e transcrevem para o livro, onde fazem as ilustrações. Ao terminar, cada criança terá o seu livro.

- Em grupos pequenos de alunos, escrever uma lista de dez palavras e fazer uma produção.

- Escrever sobre figuras seqüenciadas.

- Montar um livro com recortes de jornal ou revista. Por exemplo, a criança resolve fazer um livro sobre frutas: ela recorta e cola uma figura em cada página e escreve uma frase sobre a fruta ou apenas o nome dela.

- Montar um livro: recortar letras, formar palavras e desenhar. Por exemplo, o aluno decide fazer um livro sobre animais: ele recorta as letras t, p, a , o, de qualquer forma, cor ou tamanho. Em seguida, forma a palavra pato, colando as letras na folha, e faz a ilustração, repetindo o processo em todas as páginas do livro.

- Fazer um livro sobre o arco-íris: cada folha terá uma cor pintada ou um recorte colorido de tecido, papel, plástico etc. O aluno escreve o nome da cor e o que ela significa para ele.

- Escrever um bilhete para o professor e assinar. Se possível, o professor responderá a todos os bilhetes.

- Fazer o Jornal da Classe. Cada aluno faz um trabalho que pode ser produção, cruzadinha, adivinhações, receita, desenho para ser pintado, desenho para ligar os pontos etc. Sob a orientação do professor, eles selecionam os trabalhos e montam o jornalzinho. Cada aluno transcreve seu trabalho para folha e assina. O professor pode contribuir com alguma atividade.

- Escrever um livro. O professor dobra as folhas de papel sulfite no meio, formando o livro, e grampeia. Cada aluno escreve sua história e transcreve cada frase em uma página, faz os desenhos, elabora a capa, escreve o título e assina.Escrever comentários baseados nas fichas de animais do chocolate Surpresa. O professor lê as informações da ficha, os alunos comentam e escrevem seus textos.

- Fazer um desenho com materiais artísticos e escrever sobre ele.- Escrever um bilhete para um colega. O professor escreve um nome em folhas que serão sorteadas entre as crianças. Cada aluno escreve o bilhete para o colega sorteado. O professor faz a entrega e os alunos têm que identificar quem foi que escreveu o bilhete.

- Contar um sonho que teve e escrever sobre ele.

- Escrever sobre uma experiência vivenciada. Por exemplo, um passeio à feira, ao zoológico etc.

- Escrever sobre uma palavra-surpresa. As crianças escrevem algumas palavras em pequenos papéis e colocam numa caixa: o Tesouro de Nomes. De vez em quando, uma criança sorteia uma palavra que será tema de uma produção.

- Escrever sobre um animal que foi trazido para a classe. Um aluno, ou alguém da escola, traz, escondido um animal e não diz qual é. As crianças conversam com o dono para saber os hábitos, a alimentação, a utilidade e outras características do animal, tentando após a exploração, descobrir qual é. As informações são complementadas pelo professor como conteúdo de Ciências. Em seguida, as crianças fazem um banco de palavras.O depoimento, a seguir, foi dado pelo aluno Rafael à sua professora e demonstra bem como ocorre, para ele, o processo de produção de texto. Rafael foi incentivado a criar e a produzir textos desde o início da 1ª série.

“ Às vezes, professora, por exemplo, vendo os desenhos, começo a juntar algo dos desenhos com outras imagens que eu já vi. Aí, vem uma história inteirinha na minha cabeça. Parece que estou fazendo um filme...Estou pensando em fazer um livro em casa”.( Rafael Nunes- 9 anos- 2ª série- 1991)

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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)