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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Palavrões em sala de aula! O que fazer?

"Como devo proceder para coibir o uso de palavras obscenas em classe?”
Rosineide P. da Silva Matias, Macaíba, RN
Sala de aula agitada. Os alunos trabalham em grupo e o professor percorre a classe, acompanhando de perto as atividades. Durante as discussões alguém solta um palavrão e o mal-estar se instala no ambiente. Situações desse tipo não são raras. Para evitar que ocorram, é preciso conversar com a garotada logo no início do ano, quando as regras escolares são apresentadas. Comece falando sobre princípios que estão acima de normas, como "não bater". Este é universal. Aplica-se em qualquer lugar e tempo e com estudantes de qualquer idade.
Depois chegue às normas específicas, como a proibição do palavrão, em que não existe nenhuma lógica profunda. Esse preceito tem por base uma convenção. "Prova disso é que muitos dos termos atualmente aceitos pela sociedade não eram admitidos há 40 anos", explica Yves de La Taille, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP).
No momento em que o palavrão é pronunciado em classe, a primeira coisa a fazer é relembrar que não usar termos obscenos ou grosseiros é norma escolar, assim como usar uniforme ou respeitar os horários. "Envolver toda a classe na discussão, colocando como tema central as regras de convívio, é a melhor maneira de conseguir sensibilizar os estudantes", afirma La Taille. Outros pontos também podem fazer parte da reflexão, como a boa educação. Argumente que palavras de baixo calão impossibilitam uma boa comunicação e um trato respeitoso, além de enfraquecer a capacidade argumentativa.
O professor da USP alerta que é possível tratar a questão de maneiras diferentes com crianças e adolescentes. "Na hora do intervalo, os jovens podem manter um papo amigável usando um vocabulário grosseiro. E isso é uma resolução que só interessa a eles", explica. "Já no caso dos pequenos, como ainda estão em fase de formação, os palavrões nunca devem ser permitidos”.
Para evitar:
Discuta a proibição do palavrão logo no início do ano, esclarecendo que esse princípio é uma convenção, diferente daqueles que são universais, como o de não bater;
Crie com a turma regras de convívio (o que pode e não pode) e de uso da linguagem (quais os termos autorizados e em que situações podem ser ditas);
Determine sanções que serão aplicadas em caso de desrespeito ao que foi convencionado coletivamente.
Como resolver:
Retome o que foi combinado previamente;
Aplique a punição prevista e nunca deixe o fato passar sem que seja discutido pelo grupo.
Fonte: www.novaescola.com.br edição Nº 166

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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)