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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Figuras de Sintaxe

As figuras de Sintaxe, dentro da Estilística, mexem com a construção da frase.

ELIPSE
Omissão de um termo, facilmente perceptível
Ex: (Eu) Preciso (de) que me ajudem.

ZEUGMA
Elipse para não repetir verbo ou substantivo.
Ex: Encontrei a resposta. Ela não (encontrou a resposta)
Ex: Cláudia escovou os dentes. Eu, os cabelos (escovei)

HIPÉRBATO
Inversão da frase
Ex: Desfilavam os foliões. (ordem direta: Os foliões desfilavam)

PLEONASMO
Repetição enfática de um termo ou ideia.
Ex: "Morrerás morte vil na mão de um forte..." - Gonçalves Dias
Ex: A mim só me resta uma saída.

ASSÍNDETO
Ausência de conjunção coordenativa
Ex: "Cheguei, vi, venci."

POLISSÍNDETO
Repetição enfática de conjunção.
Ex: "Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua" - Olavo Bilac

ANACOLUTO
Corte brusco de uma frase e início imediato de outra, de modo que fique sobrando um termo sem função
Ex: Espingarda, não me agradam armas de fogo.
Ex: "Quem o feio ama, bonito lhe parece" - Provérbio

ANÁFORA
Repetição de palavra no início de versos ou de frases
Ex: "É pau, é pedra, é o fim do caminho" - Tom Jobim
Ex: "ela não sente, ela não ouve, avança! avança!" - Fialho d'Almeida

SILEPSE
Concordância com a ideia e não com a palavra. Tipos:
- Silepse de gênero: Sua Excelência (substantivo feminino) está enganado (adjetivo masculino).
- Silepse de número: Um bando (substantivo no singular) de moleques gritavam (verbo no plural).
- Silepse de pessoa: Os candidatos (3ª pessoa) estamos preparados (1ª pessoa)

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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)