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domingo, 17 de julho de 2011

TDAH em crianças exige atenção de pais e professores

Distração, dificuldade de concentração e esquecimento de tarefas diárias são fatores presentes na vida de toda criança e adolescente. Mas, quando estão aliados à agitação extrema e começam a comprometer o rendimento na escola, é preciso procurar ajuda. Cerca de 5% das crianças brasileiras sofrem de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), um distúrbio que pode levar a uma vida adulta desorganizada, com prejuízos comportamentais e até o abandono dos estudos.
Segundo a neuropediatra e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Heloísa Viscaíno Pereira, os sintomas são mais flagrantes na fase escolar, mas podem aparecer desde cedo. Para que o diagnóstico seja preciso, o médico deve fazer uma análise clínica – não há como identificar o distúrbio através de exames – de 18 critérios de déficit de atenção e hiperatividade. Além de investigar o histórico familiar, já que a taxa de transmissão por hereditariedade gira em torno de 80%.
Apesar de não ter um fator genético comprovado, o transtorno pode aparecer com mais frequência em grupos de risco, como crianças com nascimento prematuro, provavelmente ocasionado por lesão no processo de amadurecimento do cérebro. Mais precisamente no eixo neurotransmissor da dopamina, substância responsável pelas funções cognitivas, como moderação de humor e capacidade de concentração.
O TDAH pode representar um sério agravante no mau rendimento escolar. Isso porque a criança que desenvolve o problema não presta atenção a detalhes ou quando falam diretamente com ela, tem dificuldade de se concentrar e organizar, não segue instruções até o fim, evita tarefas que exigem esforço mental prolongado, perde objetos, se distrai com estímulos externos e esquece atividades do dia a dia.
Aliado a isso, tem comportamento muito ativo, mexendo muito mãos e pés, não consegue se manter parada ou no mesmo local por muito tempo, é impaciente, impulsiva, interrompe conversas e fala muito. Geralmente, a criança é agitada em momentos inapropriados e toma atitudes que podem colocar em risco sua própria segurança, como subir em árvores ou atravessar a rua sem cuidados.
"Por falta de informação, muitas pessoas consideram quem tem o transtorno como mal-educada, o que pode gerar problemas de relacionamento. A criança pode ser isolada do convívio com as outras por ser hiperativa ou se tornar agressiva com os demais. Estudos mostram que adultos com TDAH são mais propensos a sofrer acidentes de carro, devido à falta de atenção e impulsividade, se separam com mais frequência e tendem a procurar profissões que fujam da rotina", avalia Heloísa.
Atentar para a presença de comorbidades, principalmente distúrbios psiquiátricos como transtorno de humor bipolar, depressão e dislexia também é fundamental. Cerca de 60% dos casos de TDAH estão relacionados a outros diagnósticos, que devem ser controlados primeiro, para não pôr em risco a eficiência do tratamento.
A médica explica que crianças hiperativas que não recebem atendimento adequado não necessariamente carregam os sintomas para a vida adulta: a maioria dos conflitos se resolve na adolescência. No entanto, 60% dos pacientes relatam algum impacto negativo.
"A dificuldade de manter o foco, muito frequentemente, faz com que as pessoas abandonem os estudos e não consigam se inserir no mercado de trabalho, não por falta de oportunidade, mas por serem impulsivas, desorganizadas e terem dificuldade em cumprir prazos, deixando trabalhos inacabados. É importante frisar que o distúrbio não interfere na inteligência, mas no comportamento, impedindo que o paciente desenvolva seu potencial", esclarece.
Heloísa destaca que o transtorno não tem cura, mas pode se estabilizar. O tratamento é basicamente medicamentoso, a partir de remédios que regulem os níveis de dopamina no cérebro, melhorando as atividades de foco e diminuindo a hiperatividade. A psicoterapia também pode ser um aliado: a linha mais indicada é a Terapia Cognitivo-comportamental, que se baseia na capacidade de mudar a atitude, desenvolvendo estratégias que ajudem o paciente a se organizar e melhorar seu ambiente familiar e de trabalho.


http://odia.terra.com.br/portal/educacao/html/2011/1/hiperatividade_em_criancas_exige_atencao_de_pais_e_professores_134743.html

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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
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Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)