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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Características de um texto bem escrito

Quando falamos a respeito a linguagem nos textos, esbarramos sempre naquelas opiniões controversas de que desde que sejamos claros, não importa se nosso texto é cheio de erros. O que não se leva em questão é que o nosso texto pode ter diversos receptores e por isso mesmo, quanto mais uniforme for a linguagem, mas fácil será eliminar os ruídos da comunicação decorrentes, por exemplo, do vocabulário.
Vejam, por exemplo, que as correspondências oficiais utilizam uma linguagem específica que precisa atender a uma série de princípios de objetividade e de obediência às normas cultas da língua. Por isso, é indispensável o conhecimento desses princípios básicos para tornar mais fácil e eficiente a elaboração de textos.

Mas quais as qualidades que tornam um texto bem escrito? Apresento seis características essenciais a um texto.

Clareza: As ideias devem ser expressas de forma inteligível, isto é, de tal modo que não deixem dúvidas à sua interpretação. Construções sintáticas incorretas e a ambiguidade influenciam na qualidade do texto.

Concisão: É preciso dizer exatamente o que se quer dizer. Diz-se por aí que devemos evitar as perífrases, circunlóquios, adjetivações e minúcias desnecessárias. Diferente do que se pensa, o texto deve ter como objetivo comunicar e não impressionar.

Precisão: Deve-se tomar cuidado com as palavras sinônimas. É preciso compreender que embora sinônimos sejam palavras de “mesmo sentido”, nunca teremos exatamente os mesmos sentidos. Na escolha da palavra certa devemos levar em conta o contexto e as nuances que se deseja Toda palavra terá um sentido exato. Repudie-se o sinônimo, se ele não traduzir a idéia justa do que se quer expressar, pois é preferível pecar contra a elegância a pecar contra a precisão.

Correção: A isenção de erros gramaticais constitui-se numa qualidade essencial em qualquer tipo de correspondência. Evitem-se, no entanto, os purismos e a linguagem rebuscada. O domínio da expressão escrita retrata “status”, liderança e segurança.

Harmonia: O emprego de cacofonias, de palavras rimadas, a ausência de ritmo na construção das frases, perceptível quando o texto é lido em voz alta, são erros desagradáveis e que somente a atenção e a sensibilidade do escrevente podem evitar.

Polidez: Consiste na ausência de frases agressivas e descorteses. Até as censuras são feitas com elevação e isentas de expressões insultuosas.

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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)