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domingo, 19 de agosto de 2012

4. Nova ortografia - hífen


Quando usar o hífen
O uso do hífen é uma das maiores complicações da Língua Portuguesa, já que apresenta vários pormenores. Ele está entre os três erros mais comuns da nossa língua!
Nem o maior dos especialistas em gramática escapa de uma dúvida de vez em quando, por isso é fundamental consultar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), que é uma publicação oficial da Academia Brasileira de Letras.
O hífen é usado com vários fins em nossa ortografia, geralmente sugerindo a ideia de união semântica. O hífen une duas palavras, formando um conjunto sem espaços.
Em compostos  entre cujos elementos há apóstrofo.
Mãe-d’água
Nos compostos sem elemento de ligação quando o 1º elemento for substantivo, adjetivo, verbo ou numeral.
Primeiro-ministro    Mesa-redonda
Boa-fé                    Luso-brasileiro
Vaga-lume              Porta-retrato
Nos compostos sem elemento de ligação quando o 1º elemento for alémaquém,recémbem e sem.
Além-mar            Bem-aventurado
Recém-casado     Sem-vergonha
Fique ligado! bem pode aparecer aglutinado, aí não vai ter hífen. Benfeitor, benquerer, benquisto.
Nos compostos sem elemento de ligação quando o 1º elemento for MAL e o 2º elemento começar por vogalh ou l.
Mal-estar
Mal-humorado
Mal-informado
Nos compostos sem elemento de ligação quando o 1º elemento for MAL e se aplicar a doença, desde que não haja elemento de ligação (mal de Alzheimer).
Mal-francês (sífilis)
Mal-caduco (epilepsia)
Nos compostos com elementos repetidos.
Blá-blá-blá  Lenga-lenga  Zigue-zague
Nos nomes geográficos ligados por artigos.
Trás-os-Montes
Nos nomes geográficos compostos por Grã ou Grão.
Grã-Bretanha   Grão-Pará
Nos nomes geográficos compostos por forma verbal.
Abre-Campo
Nos gentílicos derivados de topônimos compostos, mesmo que o primitivo não tenha hífen.
Belo-horizontino
Mato-grossense-do-sul
Fique ligado!
Alguns nomes geográficos são escritos separados, não têm hífen: Belo Horizonte, Cabo Verde, América do Sul.
Nos compostos que designam espécies botânicas, zoológicas e afins.
Couve-flor    Bem-me-quer
Fava-de-santo-inácio
Fique ligado!   malmequer não tem hífen!
Cuidado com o uso desses termos em outro sentido:  Ex.: Não-me-toques (espécie de planta).
Não me toques (melindres).   Bico-de-papagaio (planta).
Bico de papagaio (nariz adunco ou saliência óssea anormal que se desenvolve nas vértebras).
Em algumas locuções já consagradas pelo uso.
Água-de-colônia   Cor-de-rosa    Pé-de-meia   Arco-da –velha            À queima-roupa
Nas formações com prefixo quando o 1º elemento termina por vogal
igual à que inicia o 2º elemento.
Auto-observação  Anti-ibérico Micro-ondas Anti-inflamatório Micro-ônibus  Arqui-inimigo
Nas formações com prefixo quando o 1º elemento termina por consoante igual à que inicia o 2º elemento.
Hiper-requintado
Ad-digital
Nas formações com prefixo quando o 1º elemento termina acentuado graficamente.
Pré-história    Pré-escolar
Pós-graduação
Nas formações com prefixo quando o 1º elemento termina por –M ou –N e o 2º elemento começa por VOGALMN.
Pan-americano
Pan-negritude
Nas formações com prefixo quando o 1º elemento é EX-(anterioridade ou cessação), VICE-SOTA-SOTO-VIZO-.
Ex-aluno
Vice-reitor
Nas formações com prefixo quando o 1º elemento termina por B- ( AB-, OB-, SOB-, SUB-) ou D- (AD-) e o 2º começa por -B ou -R.
Ab-rupto
Sub-reitor
Nas formações com prefixo quando o 1º elemento termina por VOGALSOB-SUB-,HIPER-SUPER-INTER- e o 2º elemento se inicia por -H.
Bio-histórico     Super-homem
Sub-hepático    Sub-humano
*Exceções:
- Valem duas formas (com e sem hífen) quando não houver perda do som da vogal final do 1º elemento e o 2º começar por vogal.
- Já quando houver perda do som da vogal do 1º elemento não usamos o hífen.
- As palavras com uso consagrado permanecem inalteradas.
Carbo-hidrato ou carboidrato
Cloridrato
Clorídrico
Reabilitar
Reumanizar
Reaver
Nas formações com sufixo emprega-se hífen apenas nos vocábulos terminados pelos sufixos tupi-guarani -açu, -guaçu, -mirim quando o 1º elemento termina por vogal acentuada ou quando a pronúncia exige a distinção gráfica dos dois elementos.
Capim-açu
Ceará-mirim

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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)