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sábado, 27 de abril de 2013

Dificuldades de aprendizagem


O problema no desenvolvimento da aprendizagem da leitura, escrita e aritmética tem sido uma forte barreira para muitas crianças e professores. Desde a pré – escola, o fracasso escolar cria uma verdadeira segregação entre as crianças. Segundo as pesquisas, na quase totalidade dos casos, 20% da população escolar marginalizada deve-se à leitura não adquirida nas primeiras séries do Ensino Fundamental.
A leitura e escrita são habilidades que exigem da criança a atenção a aspectos da linguagem, aos quais ela não precisava dar importância, até o momento em que vai para a escola. Esta pode ser uma tarefa complexa e difícil para todas as crianças, no entanto, para algumas , as barreiras são maiores do que com as outras.
Para os pesquisadores, as crianças que apresentam dificuldades específicas no início da escolarização, provavelmente, são as que precisarão de maior atenção.
As crianças disléxicas, por exemplo, são percebidas como tendo um problema específico, que não afeta as outras. Na verdade, estas crianças, terão que desenvolver as habilidades perceptuais relacionadas ao processo visual, habilidades de estabelecer uma relação entre visão e audição, isto é oportunizar as conexões entre os dois sentidos. Outras terão que desenvolver habilidades lingüísticas, como também superar as deficiências na memória verbal que afeta inclusive a consciência gramatical, entre outras.
Portanto, a criança precisa ser investigada e compreendida em suas reais dificuldades e a partir deste princípio as intervenções podem provocar um resultado positivo e efetivo.
As pesquisas que explicam as dificuldades são vastas, porém a maioria das escolas ainda têm dificuldade em usá-las de maneira prática. É preciso derrubar o paradigma de focalizar a aprendizagem no “Método de Ensino” e sim experimentar compreender o ato de aprender, e de como funciona o pensamento das crianças, em cada fase de seu desenvolvimento.
Muitas vezes, encontram-se partes fragmentadas das teorias nas paredes das salas dos professores, funcionando apenas como “Mensagem”. É preciso observar se, ele faz parte da realidade da escola, e se todos conhecem de onde se originou.
 Para lidar com a dificuldade de leitura
1- Não force a criança a ler em voz alta. Principalmente em casa, na presença dos pais ela ficará ansiosa, assim como eles, podendo criar um clima de ansiedade e tensão;
2- Encoraje a criança a ler para o seu irmão mais novo ou outra criança menor, que provavelmente ainda não serão melhores leitores do que ele;
3- Dê lições fáceis para a criança ler em público (para crianças menores das séries anteriores), soma-se a simplicidade da lição ao entusiasmo da criança com a responsabilidade sobre o seu público, e, ela se sentirá motivada para fazer bem;
4- Estimule a criança a ler uma estória após ouvir uma fita ou assistir a um vídeo da mesma;
5- Não dê lições de leitura para casa a essa criança;
6- Encoraje-o a ler os enunciados dos exercícios em voz alta, para si mesmo várias vezes;
7- Sugira também que ela leia em voz baixa, isso a ajudará a compreender melhor a instrução e concentrar-se ( ao sussurrar ela terá a sensação de que é uma outra voz lendo para ela. Isto é formidável para melhorar a compreensão);
8- Diga à criança que você pode ajudá-la, mas, ela deverá fazer sozinha , pelo menos mais três vezes;
9- Se a criança continuar precisando de ajuda para ler um enunciado de atividade, grave-a lendo uma vez, com o auxílio de um gravador, depois a faça ouvir quantas vezes forem necessárias, até que entenda o que está sendo pedido ( é melhor ela aprender a ouvir o gravador do que depender dos pais ou da professora a todo momento);
10- Não rotule uma criança de pouco inteligente apenas porque tem dificuldade de leitura, pois, ela poderá ter outras potencialidades;
11- Não a force ler em situações constrangedoras, se ela não quiser ler em público, não insista;
12- Não a responsabilize por não conseguir ler. Mostre caminhos a ela, para que se torne independente, mesmo que apoiada em seu gravador, e, então ela irá gradativamente, vencendo os obstáculos;
13- Motive-a a participar de atividades teatrais ou que envolvam expressões orais, mesmo que tenha que usar o gravador para preparar a sua apresentação, mas, dona do seu próprio material ela irá adquirir mais confiança;
14- Tenha paciência, suporte e compreenda. Talvez um dia ela se torne grande amante da leitura.

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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)