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sábado, 4 de maio de 2013

Orientações para planejar uma boa situação de leitura



1. Antes de mais nada, acredite que as crianças aprendem e se desenvolvem com essa situações. 
As experiências de leitura pelo professor possibilita às crianças, uma oportunidade para a ampliar seu repertório e conhecer muitas histórias, contos e textos diversos, além da aprendizagem de comportamentos leitores permitindo que elas construam uma rede de significados que as auxiliará a compreender melhor as estruturas da leitura e da escrita.

2. Observe as relações que as crianças estabelecem com o livro e a leitura mesmo muito antes de saberem ler.
Há muitas coisas que as crianças podem aprender sobre a leitura mesmo antes de saber ler:
Que nos livros tem histórias.
Que é preciso virar as pagina do livro para ler as partes da história e que existe um sentido correto para se virar paginas e ler.
Que a história não está só nas figuras, mas numa porção de “risquinhos” que aparecem no papel, por isso é possível ler mesmo as histórias que não tem figura.
Que quando a gente conta a história pode mudar as palavras mas que quando se lê é sempre igualzinho.
Que a linguagem que usamos para escrever/ ler é diferente da que usamos para falar e é possível perceber as crianças apropriando-se discursivamente das estruturas convencionais da linguagem escrita tal qual elas aparecem nos diferentes textos (“era uma vez” ,”levou-a ao jardim”) mesmo sem nunca tê-los lido convencionalmente, mas com uma intimidade que só é possível a quem é oportunizado este contato através de leituras constantes e do uso social da leitura e escrita.

3 Goste do que vai ler.
Encantar-se para encantar as crianças pois que a condição básica para formação de um leitor é o prazer pela leitura. 

4 Crie situações diárias de leitura com e para as crianças. 
A regularidade é importante e fundamental na construção de uma familiaridade necessária para a construção do hábito e a apropriação das convenções da língua escrita 

5. Organize esse momento da rotina planejando com intencionalidade.
Pensar em um espaço acolhedor para as crianças que pode ser na própria sala num canto da sala, num tapete, ou embaixo de uma árvore . Organizá-los de forma que todos possam visualizar o professor.
È importante cuidar também para que esses momentos não sofram interrupções ( Ex:deixar avisado na porta da sala que é hora da leitura)

6. Escolha o livro antes, considerando os critérios adequados a sua intenção e as características, possibilidades e potencialidades seu grupo de crianças.
Ajustar sua escolha a sua intencionalidade, cuidando para que esses critérios considerem principalmente a qualidade das obras escolhidas.

7. Conheça muito bem o texto
Ensaiar antes a leitura para evitar “tropeços”, utilizar a voz de forma clara e ler com boa entonação e interpretação, dando vida a história.
Durante a leitura você deve demonstrar atitude cuidadosa de quem lê para o outro e é referência de leitor: preocupando-se com a entonação , mostrando-se interessado, surpreso, emocionado. Também deve manter-se fiel ao texto, explicitando a diferença entre ler e contar histórias. 

8. Converse com as crianças antes e depois dos momentos de leitura.
Mostrar o livro, falar da história que será lida e porque a escolheu, citar o nome de quem escreveu/ ilustrou, explorar a capa e o título (ou até mesmo as imagens), ler na contra capa o resumo /sinopse do livro para que as crianças possam antecipar idéias sobre a história que será lida.

9. Considere a relevância de se mostrar ou não as imagens no corpo do texto.
Algumas obras pedem a leitura conjunta do texto e da imagem pois que se complementam, porém, muitas vezes a preocupação em parar e mostrar as imagens compromete a cadência da leitura. Pensar em formas diferentes de se organizar as crianças ( atrás do leitor de frente para o livro) ou a posição do livro ( no chão no centro da roda por ex.) ou ainda considerar a organização de leitura em grupos menores pode fazer parte do planejamento do professor dependendo da sua intencionalidade. Assim como explorar antes as imagens com as crianças ou ainda combinar que elas irão imaginar as cenas da história. 

10. Respeite o texto sem simplificá-lo ou mudar as palavras ou pular trechos.
Lembrando sempre que o leitor apenas empresta sua voz ao autor e, portanto, não tem permissão para alterá-lo È importante que as crianças ouçam novas.expressões e palavras que serão compreendidas dentro do contexto da leitura. 

11. Mantenha uma postura leitora que possa servir como uma referência.
È importante que o professor enquanto parceiro cultural seja uma referência de leitor no qual a criança se apóia para construir significados para tanto, durante a leitura ele deve demonstrar atitude cuidadosa de quem lê para o outro se preocupando com sua postura, entonação, mostrando-se interessado e envolvido com o texto.

12. Disponibilize o livro para que o toquem, folheiem, ou até mesmo recontem a história.
Esse é um instante bem interessante para observar as crianças e as relações que estabeleceriam com o livro/ história logo depois da leitura oportunizada pelo educador.

13. Converse sobre a história.
Abrir espaços para que falem sobre a leitura/ história Perguntando e (...) opinando sobre o que leu, colocando seus pontos de vista e ajudar as crianças a comentar a leitura, colaborando assim com a construção coletiva de sentidos para o texto. 

14. Oportunize que as crianças escolham outros livros para que sejam fossem lidos. 
Converse com as crianças sobre outros livros e histórias. Oportunize que elas possam escolhê-los para as novas leituras. escolher uma história ou um livro também é um procedimento leitor

15. Garanta o acesso das crianças aos livros.
As crianças devem ter contato direto com os livros para folheá-los e explorá-los por conta própria, por isso é importante que o professor organize um canto permanente de leitura na sala onde elas possam ter livre acesso aos livros. Esse contato direto com o livro ( ...) possibilita não só a construção de procedimentos de manuseio desses materiais e de hábitos como também lhes permite explorar possibilidades de leitura ainda que elas não saibam ler convencionalmente: as imagens, por exemplo, informam e ajudam a antecipar muito do que será explicitado por meio das palavras.


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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)