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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Interpretação e produção textual 7º/8º ano com gabarito

A atividade será dividida em 2 partes – interpretação e produção textual

A DESPEDIDA 
              Zeca entendeu tudo na hora. Deu um grande abraço no irmão. Trocaram um olhar, e meio que combinaram tudo, sem dizer nenhuma palavra. Foram detrás do prédio. Não acharam nenhum lugar de que gostassem. Caminharam um pouco mais e chegaram num terreno baldio. Pararam perto duma árvore, cavaram a terra com as pazinhas que tinham trazido. Enterraram o hamster no maior silêncio.
              Cobriram a cova com a terra. Com tristeza, com dor, Zeca fez uma cruz com dois paus de madeira que encontrou pelo caminho e amarrou com elástico. Com uma caneta escreveram: “Olhos vermelhos. Dez meses de idade. Saudades de Edu e Zeca.”
              Voltaram para casa chorando. Edu se apoiava em Zeca, que caminhava devagarinho, sentindo que a ocasião não era pra nenhuma estanabação. Deu o tempo que o Edu precisava. Não disse nada, nem ouviu nada. Só silêncio e lágrimas rolando.
              Em casa, Edu se trancou no quarto. Não quis saber de mais nada. Nem de jantar, muito menos de conversar ou ver tevê. Zeca até emprestou o seu videogame, mas nem isso animou o Edu. Deitado na cama, olhos fechados, coberto até o pescoço, porque estava sentindo frio, só pensava na falta que Olhos Vermelhos ia fazer. Chorou até dormir. Dormiu de cansaço.
              Edu sofria, Zeca chamava o irmão pra ler suas revistinhas, mas Edu nem se interessava... A mãe insistia pra que ele fosse dar umas voltas, brincar com os amigos, jogar futebol, apostar corrida, pedalar na bicicleta. Ele só queria ficar em casa. Pensando.
              Resolveu desenhar num caderno grosso tudo o que lembrava as aprontações e da carinha marota de OlhosVermelhos. Ficava horas nisso... Tinha perdido alguém que adorava! E quem perde alguém tão querido não sai dando voltas por aí, procurando um jogo de futebol ou tomando sorvete na esquina. Os pais tinham que entender que perder o melhor amigo era duro. Muito duro. Talvez mais tarde encontrasse alguma coisa que o consolasse. Agora, por enquanto, nesse momento, não tinha nada, nadinha! Só um coração vazio.
(ABRAMOVICH, FANNY.IN: OLHOS VERMELHOS .SÃO PAULO: MODERNA ,1995.)

1ª parte – Interpretação e análise
1.Qual é a autoria do texto? Em qual livro está publicado?
2.Qual o tema principal de A despedida?Assinale apenas uma alternativa:
(  ) animal de estimação           (   ) lidar com as perdas de algo ou alguém  
(   ) amizade                           (   ) afeto entre irmãos
3. Quem era Olhos Vermelhos?
4. Quem eram Edu e Zeca?
5.Qual dos dois meninos  ficou  mais triste pela perda? Qual poderia seria o motivo?
6.Qual a relação entre o título A despedida  e o texto? Explique com suas palavras
mais sugestões, a produção e o gabarito:
7. Que outro título você daria, considerando a relação com o texto?
8. Escreva duas ações que estão no texto comprovando que Zeca se importava com o sofrimento do irmão.
9.”E quem perde alguém tão querido assim não sai dando voltas por aí, procurando um jogo de futebol ou tomando sorvete na esquina.” Você concorda com essa ideia? Justifique sua resposta.
10. Você já sofreu uma grande perda? Se quiser, relate em um parágrafo a sua experiência e como lidou com isso.
2ª parte
Produção de texto.
Continue o texto, elaborando um final bem interessante. Lembre-se de manter:
o foco narrativo (nesse caso, 3ª pessoa)
a coesão (ligação) com o texto lido.
a coerência (sentido) em relação ao que você leu.
fazer parágrafos
usar pontuação adequada
mínimo 12 linhas


Gabarito- sugestão

1.Fanny Abramovich – Livro Olhos Vermelhos
2. A perda...os outros temas até podem aparecer mãos o principal élidar com as perdas de algo ou alguém  
3. O hamster
4. Eram dois irmãos.
5. Edu, o hamster era dele e pelo contexto era mais novo que Zeca.
6. A despedida de alguém que era amado pelos meninos e que morrera, no caso, o hamster e como eles lidariam com a perda.
7. a 10. (resposta pessoal)


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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)