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domingo, 2 de fevereiro de 2014

Proposta curricular EJA II

Proposta Curricular EJA II – Ensino Fundamental
Ciclos I e II (5ª a 8ª) Séries
Área – MATEMÁTICA
A aquisição do conhecimento matemático não se inicia, para o educando adulto, apenas quando ele ingressa num processo formal de ensino. Essa aquisição já vem se dando durante todo o decorrer de sua vida. O indivíduo alijado da escolarização é obrigado, no confronto com suas necessidades cotidianas (principalmente aquelas geradas pelo tipo de trabalho que ele realiza), a adquirir certo saber que lhe possibilite a resolução de dificuldades. Mas, se sua situação nas relações sociais de produção exige a aquisição desse saber, essa mesma situação, impedindo a sua escolarização, impede o acesso às formas elaboradas de conhecimento matemático.
A consciência do indivíduo torna-se, assim, marcada por uma ambigüidade, pois, de um lado, quando se depara com certas dificuldades, não hesita e as resolve utilizando-se daquele seu saber matemático e, de outro lado, como esse saber não é reconhecido enquanto conhecimento matemático pela sociedade, ele mesmo, assumindo isso, embora inconscientemente, afirma que não conhece nada de matemática e que é um ignorante.
A compreensão desse processo contraditório vivido pelo adulto não escolarizado mostra a necessidade de se desenvolver uma metodologia de ensino que possibilite a real superação – incorporação do conhecimento que ele já adquiriu, e não uma metodologia que meramente justa ponha, ao que o indivíduo já sabe aquilo que ele não sabe e precisa saber.
Assim sendo, o processo de ensino – aprendizagem contribuirá intencionalmente para a transformação social se for orientado no sentido de criar condições para que o educando, até então alijado da escolarização, vá percebendo seu processo de recriação do conhecimento matemático e do seu uso adequado.
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
· Identificar os conhecimentos matemáticos como meios para compreender e
transformar o mundo em sua volta;
· Perceber a matemática como ferramenta que estimule o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento da capacidade para resolver
problemas;
· Selecionar, organizar e produzir informações relevantes, para interpretá-las e avaliá-las criticamente;
· Resolver situações problema sabendo validar estratégias e resultados, desenvolvendo formas de raciocínio;
· Comunicar-se matematicamente, fazendo uso da linguagem oral estabelecendo relações entre ela e diferentes representações matemáticas;
· Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coletivamente na busca de soluções para problemas propostos, respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com eles;
· Aplicar seus conhecimentos matemáticos a situações diversas, utilizando-os na interpretação da ciência, nas atividades cotidianas;
· Explicitar o próprio pensamento e procurar compreender o pensamento do outro;
· Discutir as dúvidas, persistir na tentativa de construir suas próprias idéias;
· Perceber que além de buscar a solução para uma situação proposta devem cooperar para resolvê-la e chegar a um consenso.
CONTEÚDOS
1. Números e Operações
· Naturais e decimais em contagem e medidas;
· Uso de frações ½ e ¼ em medidas;
· Organização e extensão do S.N.D. e os números decimais, uso da vírgula;
· Relação entre números decimais e fracionários;
· Uso de frações e a relação entre os números decimais;
· Números relativos em problemas de dívidas e ganhos;
· Adição e subtração com números naturais e decimais;
· Multiplicação e divisão com números naturais e entre números decimais;
· Construção de algoritmos;
· Cálculos de metades e quartos;
· Relação entre as operações com os números decimais e as operações entre
frações;
· Adição e subtração entre frações heterogêneas;
· Razão e proporção;
· Regra de três;
· Cálculos de frações de quantidade, porcentagem;
· Cálculo de porcentagem;
· Adições e subtrações entre números relativos em problemas de saldo devedor;
· Coordenadas cartesianas no plano;
· Construções de tabelas e gráficos;
· Potenciação: quadrados e cubos (relação com a geometria);
· Teorema de Pitágoras;
· Equações do 1º e 2º graus;
· Sistemas de equações.
2. Espaço e Forma
· Semelhanças e diferenças entre formas da natureza e sólidos geométricos;
· Classificação dos sólidos e das figuras planas;
· Planificação dos sólidos;
· Formas das figuras planas: quadrangular, retangular, etc.;
· Uso da régua, esquadros e compassos para desenhar figuras planas;
· Classificação dos sólidos geométricos em Corpos Redondos (cilindros, cones, esferas) Poliedros (pirâmides, Prismas).
· Classificação das figuras planas obtidas a partir dos sólidos;
· Identificação dos polígonos pelo número de lados;
· Noções de paralelismo e perpendicularismo;
· Noções sobre ângulos;
· Uso dos quadrados.
3. Grandezas e Medidas
· Tempo e valor: calendário, relógio e relações com o S.N.D. (sistema numérico decimal);
· Valor: cédulas e moedas;
· Unidades arbitrárias: pé, palmo, pitada, etc.;
· Unidades padrão mais usadas: Múltiplos e submúltiplos (metro, grama e litro),
relação com o S.N.D.;
· Instrumento de medidas;
· Uso das medidas de tempo e valor, conversões;
· Área e perímetro das principais figuras planas;
· Medidas mais usadas para superfície (metros quadrados) e volume (metros cúbicos);
· Volume dos sólidos geométricos (prismas retos e composições desses prismas);
· Uso do transferidor para medir ângulos.
METODOLOGIA
A área de matemática adotará a metodologia que partirá de práticas diárias dos conhecimentos que os alunos já possuem através de situações problemas.
Conhecimentos estes que elaborados, sistematizados e explorados em sala de aula, servirão como elemento de ligação com os conteúdos, fazendo com que os alunos percebam a relação entre o que eles já sabem e o que estão aprendendo, e também entre conteúdos, para que todo conhecimento possa ser acessível, de fácil compreensão e de grande utilidade prática.
O vínculo da matemática com as situações do cotidiano possibilitará aos alunos levantarem hipóteses e arriscarem-se na busca de resultados. Assim, é fundamental fazer com que os alunos ampliem os significados que possuem a cerca dos números e das operações, busquem relações existente entre eles, aprimorem a capacidade de análise e de tomada de decisões que começam a se manifestar. Também irá explorar o potencial crescente de abstração, fazendo com que os alunos descubram regularidades e propriedades numéricas, geométricas e métricas. Com isso criará condições para que os alunos percebam que as atividades matemáticas estimulam o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas. Canalizar-se-á para a aprendizagem toda a ebulição desse espírito questionador que estimula os alunos a buscar explicações e finalidades para as coisas, discutindo questões relativas às utilidades da matemática, como ela foi construída, como pode contribuir para a solução de tantos problemas do cotidiano como de problemas ligados à investigação científica. Desse modo, os alunos deverão identificar os conhecimentos matemáticos como meios que auxiliam a compreender e a atuar no mundo em que estão inseridos.
A aprendizagem de matemática também pode ser enriquecida com recursos
didáticos como: livros, vídeos, televisão, rádio, calculadoras, computadores, jogos, notícias de jornal, panfletos, etc., pois tais recursos têm um papel importante no processo de ensino e aprendizagem, pois são materiais que estão diretamente relacionados com o dia-a-dia do aluno. No entanto, tais recursos devem estar integrados a situações que levem o aluno ao exercício da análise e da reflexão.
Assim, a organização do trabalho será encaminhada de modo que os alunos desenvolvam a própria capacidade para construir conhecimentos matemáticos e interagir de forma cooperativa com seus pares, na busca de soluções para problemas, respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com eles.
SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO CULTURA E DESPORTOS
DEPARTAMENTO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
COORDENAÇÃO: MÁRCIA CRISTINA P. CRUZ
Proposta Curricular EJA II – Ensino Fundamental
Ciclos I e II (5ª a 8ª) Séries
ÁREA – HISTÓRIA
A História enquanto disciplina escolar ao se integrar na área de educação de jovens e adultos possibilita ampliação de estudos sobre as problemáticas contemporâneas, situando-as nas diversas temporalidades, servindo como arcabouço para reflexão sobre possibilidades de mudanças e necessidades da continuidade.
A História é construída no espaço e no tempo, que se modificam a partir do trabalho do homem, e a interferência do seu trabalho no meio pode nem sempre estar voltada para o interesse da coletividade. Compreender como a sociedade se organiza e tece suas engrenagens, o significado de direitos e deveres, a relação macroeconômica, os fatos determinam a vida dos povos e das nações é fundamental para o educando. A prática social dos homens constrói e reconstrói o espaço e organiza de forma diferenciada a vida na cidade e a vida no campo expondo as contradições que as relações de produção determinam. As formas organizativas como as classes sociais, os grupos populares e minorias se organizam e podem redefinir seus direitos à cidadania e a igualdade social.
Conhecer a História facilita a compreensão de que a cada momento a intervenção do homem na realidade produz transformações nas relações sociais, políticas e econômicas. Só dessa forma o aluno poderá assumir a sua condição de sujeito histórico e participar das transformações da realidade atual.
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
· Identificar os elementos que compõem a diversidade artística e cultural, manifestos no tempo e no espaço e que caracterizam a condição humana como fenômeno diverso e complexo;
· Comparar diferentes processos de formação socioeconômica, identificando seu
contexto histórico;
· Identificar relações sociais no seu próprio grupo de convívio, na localidade, na região e no país, e outras manifestações estabelecidas em outros tempos e espaços;
· Situar acontecimentos históricos e localizando-os no tempo e no espaço;
· Reconhecer que o conhecimento histórico é parte de um conhecimento interdisciplinar;
· Compreender que as histórias individuais são partes integrantes de histórias coletivas;
· Conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos, em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e diferenças entre eles, continuidade e descontinuidade, conflitos e contradições sociais;
· Questionar sua realidade, identificando problemas e possíveis soluções, conhecendo formas político-institucionais e organizações da sociedade civil que possibilitem modos de atuação;
· Dominar procedimentos de pesquisa escolar e de produção de texto, aprendendo a observar e colher informações de diferentes paisagens e registros escritos, iconográficos, sonoros e materiais;
· Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a diversidade social;
· Valorizar o direito de cidadania dos indivíduos, dos grupos e dos povos como condição de efetivo fortalecimento da democracia, enfatizando-se o respeito às diferenças.
CONTEÚDOS
· Espaço – tempo
· História e memória
· O homem: um ser histórico
· História e trabalho
· Primeiras civilizações
· Mundo feudal
· Renascimento comercial e urbano
· Cidade: centro das artes, ciência e novas idéias
· Formação dos Estados Nacionais
· As grandes navegações do século XV: o encontro de dois mundos
· Processo de Colonização no Brasil
· Era Industrial
· Formação dos monopólios
· Imperialismo e neo-colonialismo
· América Latina no contexto internacional
· Indo-Afro-Latino América
· Processo de Independência no Brasil
· Império Brasileiro como Regime Político
· Brasil no quadro da expansão imperialista
· Expansão do café: escravos e imigrantes – os trabalhadores do café
· Brasil, início e consolidação da República
· As disputas e alianças entre os países da 1ª Guerra mundial
· Superprodução e a crise de 1929
· Era Vargas
· Legislação trabalhista
· Arrancada da Indústria Nacional
· Segunda Guerra Mundial – implanta-se uma nova ordem mundial
· República populista
· O golpe de 64 e a implantação da República autoritária
· O governo pós Constituição de 1988
· Globalização – mercadoria sem identidade nacional
· Cidadania no Brasil
· Relações de gênero
· Movimentos sociais
· Transformações no mundo do trabalho
· Emprego e empregabilidade
· História Regional
METODOLOGIA
O estudo da História do ponto de vista historiográfico e pedagógico é fundamental na formação do estudante como cidadão, para que assuma atitude participativa e crítica na sociedade na qual está inserido.
Para a educação de jovens e adultos foram estabelecidas escolhas em vista da projeção dos anseios dos educandos e problemáticas de outros grupos e classes em diferentes temporalidades e espaços. Assim prevalece o ensino da História do Brasil e as suas relações com a História da América, bem como com as diferentes sociedades e culturas do mundo. Esta opção está associada ao ensino de História com temas que problematizem questões sociais, políticas, econômicas e culturais, respeitando as características e a experiência vivida pelos alunos jovens e adultos.
Os conteúdos contemplarão os temas transversais, privilegiando a realidade local e regional e as relações de trabalho nas dimensões materiais e culturais.
O trabalho pedagógico será favorecido pelas competências e habilidades a serem objetivadas na área enquanto campos de conhecimento e de forma mais específica na disciplina, que são indispensáveis para a apropriação dos conteúdos, descartando o mecanismo de memorização em favor do “aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser”.
É necessário ainda:
· Nas diferentes situações de ensino, é necessário valorizar os seus conhecimentos, questionando e debatendo as relações existentes entre conhecimento e prática, ciência e cotidiano, etc;
· Estimular a troca de informações, estudos das relações, reflexões que destaquem diferenças e semelhanças e as transformações;
· Realizar atividades com diferentes fontes de pesquisa, livros, jornais, revistas,
filmes, fotografias, etc., confrontando dados, abordagens, e objetos; Reconhecer que o saber escolar é construído na interlocução. Cada situação requer a escolha de didáticas específicas para que o processo seja construído coletivamente. O professor deve estar continuamente aprendendo, procurar novos caminhos e novas alternativas para criar e recriar novas possibilidades na realidade escolar.

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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)