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sábado, 29 de setembro de 2007

É fundamental refletir sobre sua prática professor!!

A Lição é um ato de refletir sobre a sua própria aprendizagem
( Madalena Freire )
O ato de refletir a lição deve ser um ato libertador. Libertador porque instrumentaliza o professor no que ele tem de mais forte: sua reflexão.
Professor algum é dono de sua prática se não tem a reflexão de sua prática nas mãos.
Não existe ato de reflexão que não nos leve a constatações, descobertas, e, portanto, que não nos leve a transformar algo em nós, nos outros e no mundo. Portanto, dentro desta concepção - em que o ato de refletir é permanente centrado no eixo de cada professor - está implícito que não existe um modelo de reflexão (que fulana é melhor na lição dela, eu sou uma "m...") Cada um tem sua reflexão, que está enraizada no seu tempo, no seu processo de apropriação de sua prática. O que existe são tempos - histórias - distintos deste processo de aprofundamento da reflexão que, no fundo, é o processo de aprofundamento da própria formação. A lição, a reflexão desse meu processo-formação só pode ser assumida mesma, por cada professor.
Professor que coloca fora de si, num mito teórico, sua formação, está doente, alienado, anestesiado, num sono profundo, fantasiado de nomes que não são o seu. Ou cada professor assume a condição - reflexão - do seu processo de formação, como algo que está sendo parido por ele mesmo - e que por isso trará dores do parto também - sem os fantasmas teóricos lhe paralisando a ação, ou então ele se considerar "formado", morto na sua criação, morto na sua curiosidade, morto na sua reflexão, morto na sua paixão. Morto na sua capacidade de seduzir o outro para a opção do prazer em assumir a sua formação.

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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)