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domingo, 19 de agosto de 2012

1. Nova ortografia


As letras K, W e Y agora fazem parte, oficialmente, do alfabeto da Língua Portuguesa. Mas já eram nossas velhas conhecidas pelos seus usos em palavras estrangeiras. Com a nova inclusão, veja como fica a ordem alfabética1 oficial:
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
Só não vale exagerar! Nada de escrever "kilo", em vez de "quilo"!
Para usar corretamente as novas letras, veja as regras:
Em nomes próprios de pessoas (antropônimos) e de lugar (topônimos) originários de outras línguas e em seus derivados: 
Kafka – kafkiano.                 Byron – byroniano.
Em siglas, símbolos e unidades universais de medida: Kg (quilograma),K (potássio –na Química).
Os nomes próprios devem ser escritos da forma como foram registrados em cartório.
Os topônimos (nomes de países/cidades) em outras línguas, sempre que possível, devem ser escritos na forma correspondente do Português: 
New York – Nova Iorque.                         Zürich – Zurique.
Os nomes próprios e as palavras estrangeiras podem ser escritos usando-se sinais e combinações  características da língua de origem: 
Shakespeare – Em inglês, é usada a combinação sh-, o que não acontece em Português.
Comte – No Português, não usamos a sequência mt.
Em nomes bíblicos, podemos manter os finais ch, ph e th, eliminá-los ou inserir uma vogal. 
Se os finais forem pronunciados, é facultativo manter ou simplificar – Loth ou Lot. 
Se o dígrafo não for pronunciado, deve ocorrer a simplificação – Nazareth passa a Naza. 
Se já for usual, pode-se acrescentar uma vogal – Judith passa a Judite.
Em nomes bíblicos (próprios e topônimos), é facultativo terminar a palavra por b, c,d, g e t, independentemente da pronúncia – David ou Davi. Exceção: O nome Cid, em que sempre se pronuncia o d.
O trema continua em nomes próprios estrangeiros ou em palavras derivadas deles:  Müller,  Führer.
Algumas palavras já admitiam dupla pronúncia, com o uso do trema facultativo. Agora, mesmo sem ele, a dupla pronúncia continua:  antiguidade; antiguíssimo; equidistante; liquidação; liquidar; sanguíneo; liquidez; líquido; sanguinário; liquidificador.
Já não usavam o trema, mas admitiam – e admitem! – a dupla pronúncia: 


catorze/quatorze                  cotizar/quotizar            cota/quota                       cotidiano/quotidiano

Jamais houve trema quando a letra u vinha seguida de o ou a: 
ambíguO      longínquO      averiguAr      adequAdo
Quando o u pronunciado era vogal tônica, em vez do trema, usava-se o acento agudo: arguir e redarguir. Esse acento também foi abolido. 

Presente do indicativo


Eu arguo (lê-se argúo, mas não leva acento na escrita)
Tu arguis (lê-se argúis, mas não leva acento na escrita)
Ele argui (lê-se argúi, mas não leva acento na escrita)
Nós arguímos (aqui tem acento)
Vós arguís (aqui tem acento)
Eles arguem (lê-se argúem, mas não leva acento na escrita)





Presente do subjuntivo


argua (lê-se argúa, mas não leva acento na escrita)
arguas (lê-se argúas, mas não leva acento na escrita)
argua (lê-se argúa, mas não leva acento na escrita)
arguamos (aqui a vogal tônica é o a)
arguais (aqui a vogal tônica é o a)
arguam (lê-se argúam, mas não leva acento na escrita)


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professores apaixonados

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)